Vai ser feita cerveja na antiga central eléctrica da Manutenção Militar de Lisboa
Onde antes eram produzidos mantimentos para as forças armadas portuguesas, o Super Bock Group vai criar uma micro-cervejeira, que deverá estar pronta em Outubro de 2019. É Souto de Moura o arquitecto que vai dar forma ao novo espaço, que vai incluir ainda um espaço de restauração.
Será “o grande salão de visitas” do Hub Criativo do Beato. Pelo menos, foi assim que Miguel Fontes, o director da Startup Lisboa, anunciou um dos primeiros espaços que vão nascer naquele que pretende ser um dos maiores pólos de inovação e empreendedorismo da Europa. Chama-se Browers Beato e ali vai fazer-se e beber-se cerveja, com a chancela Super Bock. Mas também petiscar, assistir a concertos ou participar em workshops.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Será “o grande salão de visitas” do Hub Criativo do Beato. Pelo menos, foi assim que Miguel Fontes, o director da Startup Lisboa, anunciou um dos primeiros espaços que vão nascer naquele que pretende ser um dos maiores pólos de inovação e empreendedorismo da Europa. Chama-se Browers Beato e ali vai fazer-se e beber-se cerveja, com a chancela Super Bock. Mas também petiscar, assistir a concertos ou participar em workshops.
A Super Bock Group (ex-Unicer) entra assim no Hub Criativo do Beato, com um “espaço polivalente”, que vai ocupar os 700 metros quadrados da antiga central eléctrica da Manutenção Militar de Lisboa, onde antes eram produzidos alimentos para o exército português.
É o arquitecto Eduardo Souto de Moura o responsável por devolver “o conforto e modernidade a um património histórico que foi negligenciado por muito anos”, frisou Rui Lopes Ferreira, o presidente executivo do Super Bock Group, esta terça-feira quando apresentou a nova marca do grupo - a The Browers Company - precisamente no local onde em Outubro de 2019 espera ter a Browers Beato a funcionar.
Este é “um projecto arrojado e inovador”, continuou o responsável, e mais um ligado à indústria cervejeira a instalar-se na freguesia do Beato, que até já é chamada de “Lisbon Beer District”.
O espaço vai integrar uma micro-cervejeira para produção de cerveja em pequena escala, onde serão também vendidas outras marcas nacionais e internacionais. A zona de restauração será dinamizada pelo grupo Multifood, que inclui na sua rede restaurantes como o Vitaminas, Wok to Walk, a pizzaria Zero-Zero, ou os hambúrgueres do Honorato. E terá ainda uma área para eventos e workshops.
O objectivo, reforçaram os responsáveis, é que aquele espaço seja um ponto de encontro para os empresários que vierem a instalar-se naquele pólo criativo. "O que queremos criar neste hub criativo é uma comunidade", sublinhou Miguel Fontes.
A recuperação do espaço vai custar três milhões de euros, num investimento que será suportado pelo Super Bock Group. Que convidou, há cerca de um ano, o arquitecto Eduardo Souto de Moura, para devolver a forma e função à antiga central eléctrica.
Foi o próprio, recém-chegado de Itália onde foi distinguido, no sábado, pela Bienal de Veneza, com a atribuição do Leão de Ouro - um dos prémios mais importantes na arquitectura - quem apresentou o “anteprojecto” da recuperação do pavilhão, cujas obras devem arrancar em Setembro.
“É a primeira vez que vou explicar o projecto de uma sala, dentro da própria sala”, começou Souto de Moura, referindo que o projecto que ali estava a apresentar tem o contributo do arquitecto Nuno Graça Moura.
Será uma recuperação que manterá a traça original do edifício. Os pormenores modernos ficam para o interior. “A casca é feita numa linguagem antiga. O interior é moderno, porque tem de ser”, vincou o arquitecto.
“Este empreendimento tem o material e as formas todas. Não é preciso inventar muito”, continuou, explicando que a ideia é aproveitar o próprio desenho e organização do espaço. Numa das pontas da sala, ficará montado um palco e será instalada uma tela para projecção de filmes. A outra ponta ficará reservada para uma sala de provas.
Seguindo a linha daquilo que o arquitecto diz ter encontrado nas cervejeiras que visitou na Alemanha e na Holanda, no interior ficarão as mesas corridas e os grandes reservatórios da cerveja.
O Browers Beato será um dos primeiros espaços a funcionar no Hub Criativo do Beato. Em Julho do ano passado, foi apresentado o modelo de gestão daquele antigo complexo fabril, a cargo da Startup Lisboa, e anunciadas as primeiras entidades que vão ocupar os edifícios daquele complexo. A incubadora de empresas alemã Factory Berlin, o Super Bock Group e a Mercedes, que ali terá um pólo de inovação, foram os primeiros nomes anunciados. Assim como a própria Startup Lisboa, que ali pretende apoiar mais empreendedores, a empresa municipal de cultura EGEAC, que terá um espaço museológico referente ao passado fabril, e a Web Summit.
Há quase dois anos, o Estado transferiu para a câmara de Lisboa a gestão de um conjunto de vinte edifícios na ala Sul da Manutenção Militar, por 50 anos. São 35 mil metros quadrados junto ao rio, cuja cedência custou cerca de sete milhões de euros ao município.
No final da apresentação, o presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, disse estar "a dialogar" com o Exército e com o Tesouro para a cedência da ala Norte da antiga Manutenção Militar. Se isso acontecer, o pólo criativo do Beato passará a ter mais 100 mil metros quadrados e "novas valências", apontou o autarca.