Após comentário racista, a ABC cancelou a sitcom de Roseanne Barr

Roseanne tinha voltado ao ar 21 anos após ter acabado, um regresso que foi um enorme sucesso, mas foi posta de lado após a estrela ter feito um comentário racista no Twitter.

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Roseanne: a série foi cancelada após a estrela, Roseanne Barr, ter feito um comentário racista no Twitter Reuters/MARIO ANZUONI

Mais de 20 anos após ter sido cancelada, a sitcom Roseanne, centrada numa família de classe trabalhadora norte-americana e na cómica Roseanne Barr, voltou este ano para uma nova temporada. Desta feita, Roseanne era, tal como a protagonista na vida real, apoiante de Donald Trump, alguém que ligou à própria actriz para congratulá-la quando os dois primeiros episódios da série reavivada fizeram mais de 18 milhões de espectadores nos Estados Unidos, algo raro para um programa de televisão de ficção nos dias que correm – os números foram descendo, tendo o último episódio, que foi para o ar no dia 22, tido apenas 10 milhões.

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Mais de 20 anos após ter sido cancelada, a sitcom Roseanne, centrada numa família de classe trabalhadora norte-americana e na cómica Roseanne Barr, voltou este ano para uma nova temporada. Desta feita, Roseanne era, tal como a protagonista na vida real, apoiante de Donald Trump, alguém que ligou à própria actriz para congratulá-la quando os dois primeiros episódios da série reavivada fizeram mais de 18 milhões de espectadores nos Estados Unidos, algo raro para um programa de televisão de ficção nos dias que correm – os números foram descendo, tendo o último episódio, que foi para o ar no dia 22, tido apenas 10 milhões.

Esta terça-feira, depois de Roseanne ter dito no Twitter (uma rede social onde a cómica tem tido ao longo dos anos tiradas consideradas racistas e transfóbicas) que Valerie Jarrett, antiga assessora de Barack Obama, era aquilo que aconteceria se “a Irmandade Muçulmana e O Planeta dos Macacos tivessem um bebé”, a sitcom foi cancelada.

A reacção nas redes sociais foi instantânea. Ao início, Barr defendeu-se, alegando que era só uma piada e não era racista porque o “Islão não é uma raça” e inclui “todas as raças de pessoas”. Só depois pediu realmente desculpa e anunciou que iria abandonar o Twitter: “Peço desculpa a Valerie Jarrett e a todos os americanos. Estou realmente arrependida de ter feito uma má piada sobre a orientação política e o aspecto dela. Devia ter pensado melhor. Perdoem-me – a minha piada foi de mau gosto.” 

Apesar do pedido de desculpas, a ABC, a estação de televisão a que Roseanne pertence, decidiu cancelar a série. Num comunicado citado pelo The New York Times, Channing Dungey, a presidente responsável pela área de entretenimento do canal – a primeira mulher negra a ter um cargo desses num canal generalista norte-americano tão grande –, proclamou: “A declaração de Roseanne no Twitter é abominável, repugnante e inconsistente com os nossos valores, e decidimos cancelar o programa dela”.

A segunda temporada deste retorno da série, a décima ao todo, estava a ser preparada, mas acabará assim por não acontecer.

A encarnação original da série durou de 1988 a 1997, e foi uma plataforma que ajudou a revelar talentos como John Goodman, Laurie Metcalf, Sara Gilbert, Sarah Chalk, Johnny Galecki e até, na primeira temporada, George Clooney.