UE reforça sanções contra responsáveis políticos da Venezuela
Ministros dos Negócios Estrangeiros não aprovam sanções mais duras para "não prejudicar o povo da Venezuela".
A União Europeia vai aumentar a lista de políticos venezuelanos que estão proibidos de entrar em território dos 28 Estados-membros. A medida, que inclui também o congelamento de bens e de contas bancárias dos visados, é uma resposta às eleições do passado dia 20 de Maio, que "não respeitaram os mínimos padrões democráticos".
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A União Europeia vai aumentar a lista de políticos venezuelanos que estão proibidos de entrar em território dos 28 Estados-membros. A medida, que inclui também o congelamento de bens e de contas bancárias dos visados, é uma resposta às eleições do passado dia 20 de Maio, que "não respeitaram os mínimos padrões democráticos".
O anúncio foi feito nesta segunda-feira durante a reunião mensal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), que decorre até terça-feira em Bruxelas. Os nomes dos responsáveis venezuelanos afectados pelas novas sanções será conhecido na próxima reunião, em finais de Junho.
Esta é a terceira ronda de sanções da UE contra a Venezuela.
A primeira foi aprovada em Novembro do ano passado, com "um embargo de armas e material relacionado que possa ser usado para a repressão interna".
Já este ano, em Janeiro, sete responsáveis políticos venezuelanos foram proibidos de entrar na UE e viram os seus bens e contas bancárias congelados.
Em Abril, o Parlamento Europeu pediu aos ministros dos Negócios Estrangeiros que aprovassem medidas mais duras, mas a decisão anunciada nesta segunda-feira sublinha que a intenção é "não prejudicar o povo da Venezuela".
Num comunicado que apela "à realização de novas eleições presidenciais que respeitem os padrões democráticos reconhecidos internacionalmente e a Constituição venezuelana", a UE afirma que as eleições de 20 de Maio "não tiveram credibilidade".
E repete os apelos feitos ao Governo de Nicolás Maduro em outras ocasiões: "A União Europeia reitera a necessidade de se reconhecer e respeitar o papel e a independência de todas as instituições eleitas democraticamente, acima de todos a Assembleia Nacional, de se libertar todos os presos políticos, e de se defender o Estado de Direito, os direitos humanos e as liberdades fundamentais."
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi o candidato mais votado nas eleições presidenciais de 20 de Maio, num acto eleitoral boicotado pela Mesa da Unidade Democrática, uma coligação de partidos da oposição.
Apesar da vitória, Maduro recebeu menos 1,5 milhões de votos do que em 2013. Segundo os cálculos do candidato Henri Falcón – um antigo chavista que se opõe ao Governo de Maduro –, a abstenção rondou os 68%, o que faria das eleições de 20 de Maio as menos participadas desde as primeiras eleições directas e universais no país, em 1958. Os números oficiais, do Conselho Nacional Eleitoral, fixam o valor da abstenção em 54%.