Imagem de Ivanka com o filho gera críticas em pleno movimento #WhereAreTheChildren

O momento de cumplicidade com o filho mais novo de Ivanka Trump reacendeu a revolta contra o Governo norte-americano, que está a separar famílias imigrantes em situação ilegal.

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LUSA/ANDREW HARRER / POOL

Ivanka Trump, a filha do Presidente norte-americano Donald Trump, está a ser criticada pela publicação de uma fotografia com o seu filho de dois anos ao colo. Na legenda, apenas "meu <3". Em causa está o timing da partilha, que acontece na mesma altura em que centenas de crianças estão a ser separadas dos pais por ordem da Administração Trump, numa tentativa de combater a imigração ilegal com destino aos Estados Unidos.

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Ivanka Trump, a filha do Presidente norte-americano Donald Trump, está a ser criticada pela publicação de uma fotografia com o seu filho de dois anos ao colo. Na legenda, apenas "meu <3". Em causa está o timing da partilha, que acontece na mesma altura em que centenas de crianças estão a ser separadas dos pais por ordem da Administração Trump, numa tentativa de combater a imigração ilegal com destino aos Estados Unidos.

A decisão de separar as famílias foi anunciada pelo procurador-geral norte-americano, Jeff Sessions, no início deste mês. “Se estão a contrabandear uma criança então vamos processar-vos, e essa criança ficará separada de vocês conforme estipulado na lei. Se não gostam disso, então não contrabandeiem crianças pela nossa fronteira”, declarou então Sessions, quando se soube que as autoridades passarão a separar os filhos dos pais que entrem ilegalmente, mantendo-os detidos em sítios diferentes.

Até então, as famílias que atravessavam a fronteira ilegalmente poderiam manter-se juntas até a sua situação ser regularizada. No entanto, apesar de Sessions ter anunciado a “tolerância zero” apenas em Maio deste ano, o New York Times contava já em Abril que, desde Outubro, “mais de 700 crianças foram retiradas de adultos que dizem ser seus pais, incluindo mais de 100 crianças com menos de quatro anos”.

As críticas à filha do Presidente dos EUA ganharam força quando também este domingo a CNN relembrou um relatório de Abril onde é revelado que, desde 2017, os serviços norte-americanos perderam o rasto de cerca de pelo menos 1500 crianças. Esta segunda-feira, e apesar de reconhecer ter “perdido” o rasto das crianças, o governo norte-americano descarta qualquer responsabilidade legal sobre a situação.

O número foi revelado por Steven Wagner, secretário assistente interino da Administração para Crianças e Famílias do Departamento de Saúde, durante uma sessão de um subcomité do Senado sobre o organismo que supervisiona os cuidados de crianças imigrantes sem acompanhante.

Em comunicado, um porta-voz do gabinete de Steven Wagner informou que o departamento estava a rever as declarações de Abril, mas reitera que “quando uma criança sem acompanhante é deixada com um responsável ou deixa de estar à guarda do Governo norte-americano e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos deixa de prestar serviços como alimentação, abrigo, roupa, cuidados de saúde e educação, então, nesse ponto, a criança torna-se responsabilidade dos pais ou de quem foi atribuída a sua custódia”.

Os comentários à fotografia de Ivanka com o seu filho, Theodore, não tardaram, com várias pessoas a confrontarem a first daughter com as políticas aplicadas pela administração do seu pai. A onda de críticas foi acompanhada pela hashtag WhereAreTheChildren (em português "Onde Estão As Crianças"), que se refere ao grupo de 1475 crianças às quais o governo dos EUA perdeu o paradeiro.

Entre o coro de críticas está a organização American Civil Liberties Union (em português: União Americana pelas Liberdades Civis), uma organização não-governamental norte-americana.