Camionistas vão paralisar circulação em protesto “sem hora para acabar”
Os profissionais reivindicam a indexação do preço dos combustíveis ao preço dos transportes, melhores condições de trabalho para os motoristas e descontos nas portagens.
Os camionistas iniciam nesta segunda-feira a partir das 8h uma acção de protesto que prevê a paralisação da circulação e marchas lentas para reclamar a regulamentação do sector e a indexação do preço dos transportes ao dos combustíveis.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os camionistas iniciam nesta segunda-feira a partir das 8h uma acção de protesto que prevê a paralisação da circulação e marchas lentas para reclamar a regulamentação do sector e a indexação do preço dos transportes ao dos combustíveis.
"A paralisação vai realizar-se à hora a que estava prevista", garantiu o presidente da direcção da Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP), Márcio Lopes, no domingo à noite no final de uma reunião com o secretário de Estado das Infra-estruturas, Guilherme W. d'Oliveira Martins.
Márcio Lopes assinalou que o primeiro encontro como o Governo foi inconclusivo e não há "suspensão da paralisação", referindo que a acção de protesto pode levar a marchas lentas ou à imobilização das viaturas nas bermas de vias, de Norte a Sul do país, sem localização específica pré-determinada.
Para esta segunda-feira está marcada uma segunda reunião no Ministério do Planeamento e Infra-estruturas, que tem a tutela dos Transportes, com início marcado para as 9h30, e que contará também com a presença da Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM). O presidente da ANTP reiterou que a paralisação dos camionistas "tem hora exacta para começar, mas não tem hora para acabar".
A paralisação pretende reclamar a regulamentação do sector, a criação de uma Secretaria de Estado dedicada exlusivamente aos Transportes, a obrigatoriedade de pagamento no período máximo de 30 dias e a criação de um mecanismo para que a inflação também seja reflectida no sector dos transportes.
De acordo com Márcio Lopes, o caderno de reivindicações dos profissionais inclui ainda que o preço dos combustíveis seja indexado ao preço dos transportes, isto é, reflectido no custo dos serviços, melhores condições de trabalho para os motoristas e descontos nas portagens.
"A iniciativa não partiu da associação, mas é a associação que está a dar voz ao desagrado dos camionistas e dos empresários, muitos associados da ANTP", explicou o dirigente associativo.
A ANTP representa as pequenas e médias empresas do sector e foi formada depois do bloqueio de 2008. De acordo com a ANTP, o sector tem 7500 empresas e mais de 300 mil trabalhadores, representando esta associação cerca de 400 associados, segundo o presidente da direcção.