Acordo com Governo não trava greve dos técnicos de diagnóstico
Sindicato mantém pré-aviso de greve para quinta e sexta-feira. Há uma manifestação marcada para a tarde desta quinta-feira, em Lisboa.
O acordo assinado com o Governo para garantir um contrato colectivo de trabalho a cerca de 4500 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica não foi suficiente para travar a greve destes profissionais, que reclamam um consenso sobre salários e transições para as novas carreiras. Querem negociar o descongelamento de escalões e a contagem da antiguidade durante o período de congelamento das carreiras. Sindicatos mantêm o pré-aviso de greve para esta quinta e esta sexta-feira.
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O acordo assinado com o Governo para garantir um contrato colectivo de trabalho a cerca de 4500 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica não foi suficiente para travar a greve destes profissionais, que reclamam um consenso sobre salários e transições para as novas carreiras. Querem negociar o descongelamento de escalões e a contagem da antiguidade durante o período de congelamento das carreiras. Sindicatos mantêm o pré-aviso de greve para esta quinta e esta sexta-feira.
Para além dos dois dias de greve, há uma manifestação marcada para esta quinta-feira, às 14h30, em Lisboa, desde a Praça do Marquês de Pombal à Assembleia da República. Os protestos são convocados pelo Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), pelo Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (Sindite) e pelo Sindicato dos Fisioterapeutas Portugueses, pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Sintap).
No comunicado em que confirma a manutenção da greve, o STSS destaca os progressos feitos – inclusive a assinatura do contrato colectivo de trabalho nesta segunda-feira –, mas demonstra “indignação” relativamente às propostas do Governo para as matérias onde ainda não há acordo. O sindicato acusa o executivo de impor uma tabela salarial “que, cruzada com o sistema de avaliação e as quotas por categoria, implica que cerca de 90% dos técnicos permaneçam na base da carreira toda a sua vida profissional”.
A progressão salarial de acordo com esta tabela será “inferior à prevista na antiga carreira” destes técnicos superiores e a não contabilização do tempo de serviço fará com que “colegas com dois meses ou 20 anos” de trabalho estejam na mesma posição, aponta o sindicato.
Motivo de contestação é ainda o facto de 95% destes profissionais se encontrarem na base da nova carreira, impossibilitando a realização de concursos por falta de pessoas que reúnam condições para se constituírem como júri. Os sindicatos exigem a abertura imediata de concurso para as categorias superiores.
O STSS lembra que a greve de Novembro do ano passado afectou mais de 100 mil utentes, devido ao cancelamento de análises clínicas, exames de cardiologia e pneumologia, exames de radiologia, e tratamentos vários. Haverá cerca de 10 mil técnicos de diagnósticos e terapêutica no Serviço Nacional de Saúde, divididos por 19 profissionais, desde a radiologia e a fisioterapia à cardiopneumologia e à farmácia.