Preparador físico vai pôr fim a carreira de 25 anos devido ao “trauma” de Alcochete
Mário Monteiro foi um dos alvos das agressões na Academia do Sporting e recorda o que aconteceu. “Não sei quem deu autorização ao grupo para entrar” nas instalações, afirma ao Jornal de Notícias.
O preparador físico do plantel principal do Sporting, Mário Monteiro, lembrou, em entrevista ao Jornal de Notícias, os momentos de terror que viveu durante a invasão à Academia de Alcochete no dia 15. “O que se passou foi absolutamente traumatizante”, diz o técnico que, por causa do que aconteceu, pretende agora deixar o futebol e regressar ao ensino.
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O preparador físico do plantel principal do Sporting, Mário Monteiro, lembrou, em entrevista ao Jornal de Notícias, os momentos de terror que viveu durante a invasão à Academia de Alcochete no dia 15. “O que se passou foi absolutamente traumatizante”, diz o técnico que, por causa do que aconteceu, pretende agora deixar o futebol e regressar ao ensino.
“Fui atacado nos pulsos e no tronco com uma tocha a arder a 240 graus centígrados [Celsius]”, conta o preparador físico que está há três anos no clube de Alvalade. Monteiro pensa ter sido “um alvo acidental”, mas receia novos ataques. “Há 15 indivíduos que não estão identificados, que estão soltos, e podem ser um perigo para a equipa técnica e para o plantel”, afirmou.
O trauma causado pelas agressões é tão profundo que Monteiro, de 55 anos, afirma que irá pôr fim a uma carreira de 25 anos no futebol profissional – e mais de uma década ao lado de Jorge Jesus. “Tenho muita dificuldade em adormecer e, no meio dos pesadelos, acordo como se estivesse na guerra do Iraque. Vou voltar à escola onde estou colocado como professor de Educação Física, em Vila Nova de Famalicão”, disse ao JN.
Mário Monteiro diz ainda que “toda a gente está afectada” com a invasão ao centro de treinos e que a derrota na final da Taça de Portugal frente ao Desportivo das Aves, apenas cinco dias depois das agressões, “foi consequência de tudo o que se passou”.
O técnico continua sem perceber como foi possível que 40 pessoas pudessem ter entrado na Academia de Alcochete com tanta facilidade. “Na Academia só se entra com autorização, ninguém entra sem estar identificado. Não sei quem deu autorização ao grupo para entrar.”