CGD vende crédito com cães e no Novo Banco as casas voam
Caixa e Novo Banco, que receberam avultadas injecções de dinheiro com a cobertura do Estado, lançaram campanhas fortes.
Na Caixa, os cães escolhem a casa
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Na Caixa, os cães escolhem a casa
Depois de um interregno de três anos, a Caixa Geral de Depósitos volta a apostar no crédito à habitação, e regressa às campanhas televisivas. No início do ano, o banco público lançou uma campanha promocional de redução de spreads de 1,75% para 1,60%. Em Fevereiro, já de forma mais sustentada, reduziu a margem mínima praticada para 1,50% e em Maio lançou uma campanha publicitária, na televisão e noutros meios de comunicação social, em que promete rapidez na decisão “para que a família da Rita (Trufa, Óscar e Ritinha) não corra o risco de perder a casa que escolheu rapidamente” . A campanha é protagonizada pela actriz Rita Blanco e “a família” são três cães, que “aprovam” a escola da casa. Mediante algumas condições, a campanha inclui ainda uma oferta de 100 euros em cartão de crédito.
Revelador do interesse no crédito à habitação, onde, em termos acumulados é líder de mercado, a CGD promoveu em Fevereiro uma reaproximação às empresas de mediação imobiliária, retomando o pagamento de comissões pelos empréstimos reencaminhados. A compensação de mediadoras é uma prática generalizada em toda a banca.
… no Novo Banco as casas têm asas
O mote da mais recente campanha do Novo Banco é de que “as boas casas desaparecem de um dia para o outro”. Isto para assinalar a importância de uma resposta rápida: “Em apenas 24h úteis, respondemos ao seu pedido de aprovação de crédito habitação”, promete a instituição, que publicita ainda financiamento até 100%, spread competitivo a partir de 1,25 e isenção de comissão de avaliação.
Problemática é a campanha de taxa fixa que o banco está a fazer, que é anunciada como “Taxa Fixa de 2 anos a 0%”. Habitualmente, a taxa fixa resulta do somatório de uma taxa pré-fixada + spread. Na solução do Novo Banco, há só spread, fixado em função do risco do cliente, sem se perceber se o seu valor seria mais baixo se fosse acompanhado de uma taxa de referência. No final dos dois anos, a taxa pode ser fixada novamente ou então, passa para o regime de taxa variável: spread + Euribor a 12 meses. Não é claro se o spread agora negociado se mantém nas renegociações que ocorrerem depois dos dois anos.
Os bancos têm grande liberdade na fixação de taxas fixas, existindo um conjunto de produtos e prazos distintos, o que torna impraticável a comparação. Sobre esta matéria, o Banco de Portugal não interfere, remetendo para a negociação entre as partes.