MP tem “abundantes meios de prova” contra suspeitos das agressões em Alcochete
Ministério Público acusa agressores de agirem “de forma concertada” e de “intimidar gravemente” o plantel do Sporting para “causar receio pela própria vida” aos jogadores e técnicos.
O Ministério Público (MP) tem “abundantes meios de prova indiciária”, recolhidos na sequência dos incidentes na Academia do Sporting, em Alcochete, e sustenta que a acção dos suspeitos, entretanto colocados em prisão preventiva, foi “concertada”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Ministério Público (MP) tem “abundantes meios de prova indiciária”, recolhidos na sequência dos incidentes na Academia do Sporting, em Alcochete, e sustenta que a acção dos suspeitos, entretanto colocados em prisão preventiva, foi “concertada”.
Esta terça-feira, em comunicado da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), o MP assegura que, “no essencial, foram recolhidos fortes indícios de que os arguidos agiram de forma concertada e previamente planeada, de modo a intimidar gravemente e causar receio pela própria vida ao grupo de jogadores e de técnicos da equipa de futebol do SCP, fazendo-o através da prática de crimes com perigo para a integridade física, com sequestro, por meio de uma actuação em grupo especialmente violenta”.
O MP enquadra a violência na forma como os adeptos “invadiram em bando e encapuzados as instalações sem qualquer autorização para o efeito, lançaram tochas no seu interior” e entraram “no balneário por meio da força”. Na nota, é referido que, uma vez no interior, os alegados adeptos “agrediram violentamente os ofendidos que impediram de sair daquele local, proferiram ameaças de morte, lançaram artefactos pirotécnicos espalhando o medo e o pânico, além de terem causado estragos nas instalações”.
O MP refere ainda que, no período de 24 horas, foram recolhidos “abundantes meios de prova”, designadamente “objectos transportados nas viaturas dos arguidos, autos de visionamento de videovigilância e fotogramas, relatórios fotográficos, relatórios de inspecção judiciária”. No processo, foram feitas 36 inquirições de testemunhas e ofendidos.
Na segunda-feira, o juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro decretou prisão preventiva, a mais gravosa das medidas de coacção, para 23 suspeitos.
A 15 de Maio, antes daquele que seria o primeiro treino para a final da Taça de Portugal, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na academia do clube, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores. Dos 23 detidos, nove aceitaram prestar declarações ao Tribunal do Barreiro, em audições que decorreram no fim-de-semana.