Português reeleito presidente de organismo internacional que gere arquivos científicos

Objectivo é a transição para o acesso aberto e a ciência aberta, baseado na rede mundial de repositórios.

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Eloy Rodrigues DR

O português Eloy Rodrigues foi reeleito presidente da Confederação Mundial de Repositórios de Acesso Aberto, o organismo internacional que gere os arquivos científicos, permitindo aceder aos resultados de investigação de todo o mundo, anunciou esta segunda-feira a Universidade do Minho em comunicado.

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O português Eloy Rodrigues foi reeleito presidente da Confederação Mundial de Repositórios de Acesso Aberto, o organismo internacional que gere os arquivos científicos, permitindo aceder aos resultados de investigação de todo o mundo, anunciou esta segunda-feira a Universidade do Minho em comunicado.

Eloy Rodrigues, que é director dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho, foi reconduzido para um mandato de três anos (2018-2021), frente àquela que é a “única associação mundial na área e junta mais de cem universidades, organismos governamentais e outras instituições de 36 países de todos os continentes”, numa assembleia-geral da Confederação Mundial de Repositórios de Acesso Aberto (COAR), em Hamburgo, Alemanha.

“A nossa prioridade, em que vamos trabalhar nos próximos três anos, é concretização de uma nova geração de repositórios”, explica Eloy Rodrigues, citado em comunicado. “Os repositórios de nova geração serão capazes de sustentar as práticas de ciência aberta, não apenas na rápida disseminação dos resultados da investigação (dados e publicações), mas também suportar comentários, anotações e a revisão por pares, promovendo e facilitando o trabalho colaborativo, a transparência e a reprodutibilidade dos resultados.”

O responsável considera que os repositórios, através da sua interligação em rede, “são o instrumento adequado para assegurar a transição para o acesso aberto e a ciência aberta e, simultaneamente, para que a comunidade científica e as suas instituições (universidades, centros de I&D e os financiadores da investigação) reassumam o controlo do sistema de comunicação científica”.

Actualmente, refere o comunicado, as grandes editoras “dominam o mercado das revistas científicas, impondo custos de insustentáveis” para o acesso (assinaturas) ou a publicação (taxas de publicação) dos artigos das revistas que editam.

“A nossa visão na COAR é a do estabelecimento de um espaço comum de conhecimento aberto, baseado na rede mundial de repositórios, dirigido pela comunidade científica de acordo com os seus interesses e necessidade”, afirma Eloy Rodrigues.

O conselho executivo da COAR eleito inclui, além do dirigente da Universidade do Minho, Kazu Yamaji (Instituto Nacional de Informática do Japão), William Nixon (Universidade de Glasgow, Reino Unido), Bianca Amaro (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia), Daisy Selematsela (Universidade da África do Sul), Martha Whitehead (Queen's University, Canadá), Oya Rieger (Universidade de Cornell, EUA) e Wolfram Horstmann (Universidade de Göttingen, Alemanha).

Eloy Rodrigues esteve na fundação da COAR em 2009 e presidiu ao grupo de trabalho que produziu as recomendações para a nova geração de repositórios. O seu trabalho nesta área começou em 2003, com a criação do RepositóriUM, o repositório institucional da Universidade do Minho.