Ferry Madeira-Portimão vai ter ligação às Canárias

O mesmo navio (Volcán de Tijarafe), o mesmo triângulo (Madeira, continente, Canárias) e os mesmos preços. O ferry começa a operar a 2 de Julho, mas só vai fazer 12 viagens por ano.

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Ferry fará 12 viagens, entre 2 de Julho e 20 de Setembro de 2018 ricardo campos

A linha ferry entre o Funchal e Portimão arranca no próximo dia 2 de Julho e terá uma ligação ao arquipélago espanhol de Canárias, onde será feita a rotação do navio, confirmou ao PÚBLICO a Empresa de Navegação Madeirense (ENM).

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A linha ferry entre o Funchal e Portimão arranca no próximo dia 2 de Julho e terá uma ligação ao arquipélago espanhol de Canárias, onde será feita a rotação do navio, confirmou ao PÚBLICO a Empresa de Navegação Madeirense (ENM).

As 12 viagens semanais programadas para este ano começam sempre aos domingos com a saída do porto de Tenerife e terminam na quinta-feira seguinte em Las Palmas. Pelo meio, há partidas Funchal-Portimão às segundas-feiras e Portimão-Funchal às terças-feiras. A última viagem deste ano está marcada para 20 de Setembro.

O navio escolhido pela ENM é o Volcán de Tijarafe, do armador espanhol Naviera Armas. Um ferry com capacidade para mil passageiros e 300 automóveis, que é um velho conhecido desta linha, pois foi este navio que assegurou a ligação entre 2008 e o início de 2012. O Volcán de Tijarafe, que começou a navegar em Fevereiro de 2007, cumprirá o trajecto entre a Madeira e o continente em cerca de 23 horas.

Os valores, explicou a ENM, estão em linha com os que eram praticados em 2012. As viagens mais baratas na ligação Funchal-Portimão custam, ida e volta, a partir de 170 euros para não residentes no arquipélago, 58 euros para residentes e 51 para estudantes. Crianças até aos três anos não pagam, e dos quatro aos 12 têm um desconto de 50% na tarifa. Se o passageiro optar por um camarote, os preços sobem para valores entre os 40 euros (quádruplo interior) e os 259 euros (suite individual). Os não residentes pagam entre 100 e 649 euros.

Viajar com um automóvel acresce 125 euros (por trajecto) e transportar uma viatura ligeira sem passageiro custa 315 euros.

Para Canárias, os preços, garante a ENM ao PÚBLICO, são os mesmos de há seis anos. Funchal-Las Palmas vai importar em 105 euros (ida e volta), custando mais 199,50 euros para quem quiser viajar com o automóvel.

Os horários das viagens, avançados pelo DN-Madeira e confirmados pelo PÚBLICO junto do grupo Sousa, a holding madeirense que controla a ENM, indicam cerca de 24 horas como tempo máximo de ligação.

O Volcán de Tijarafe parte do porto de Tenerife aos 20h15 de domingo, chegando ao Funchal no dia seguinte às 8h15. Nesse mesmo dia, às 10h30, o ferry zarpa para Portimão onde chega na manhã de terça-feira (9h30). Três horas depois, parte novamente para a Madeira, chegando ao arquipélago às 12h30 de quarta-feira. Às 18 horas está já de saída para Las Palmas, entrando no porto espanhol às seis da manhã de quinta-feira. Aí, o navio retoma as ligações diárias entre as duas principais ilhas (Gran Canária e Santa Cruz de Tenerife) do arquipélago espanhol, até viajar para o Funchal no domingo seguinte.

Além dos passageiros e de automóveis, o navio tem ainda espaço para carga rodada. No total, contabiliza a ENM, cabem no porão 35 atrelados de 45 pés que, devido às regras do porto do Funchal, têm obrigatoriamente que viajar com auto-propulsão. A empresa não divulga para já o preçário da carga, mas será muito mais competitivo do que a transportada por frete marítimo, garante.

A escolha do navio, que deu provas de estabilidade e conforto quando esteve na Madeira, e a ligação com Canárias foram bem recebidas no arquipélago. Mesmo assim, existe quem critique.

Por um lado, os custos da operação (três milhões de euros por ano, durante três anos em indemnizações compensatórias ao operador). Por outro, o facto de, ao contrário do concurso original, que previa viagens semanais durante todo o ano, a adjudicação apenas obrigar a 12 viagens por ano, sempre no Verão.

Ao PÚBLICO, a ENM rejeita a possibilidade de aumentar no futuro o número de frequências, justificando com a fraca procura na época baixa. Os números, justificou fonte da empresa, são muito apertados e não existe muita manobra.