Uma semana sem treinar no final da época até pode ser benéfico

Plantel "leonino" ainda não cumpriu qualquer treino, mas o técnico ainda tenta convencer jogadores do Sporting a fazer pelo menos um antes da final da Taça.

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Jorge Jesus tenta ainda realizar um treino antes da final da Taça LUSA/INÁCIO ROSA

Depois de uma semana inteira sem treinar devido à invasão da academia de Alcochete na última terça-feira, é provável que o plantel do Sporting cumpra um treino amanhã, que será o único com o propósito específico de preparar a final da Taça de Portugal frente ao Desportivo das Aves. Segundo apurou o PÚBLICO, isto era o que estava a ser negociado com os jogadores “leoninos”, por vontade de Jorge Jesus, mas ainda não era um dado adquirido, sendo ainda possível que não haja qualquer treino até domingo. Outro dos cenários em cima da mesa é que a equipa se possa concentrar no sábado apenas para uma palestra de Jorge Jesus. De qualquer forma, esta pausa não é, necessariamente, prejudicial.

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Depois de uma semana inteira sem treinar devido à invasão da academia de Alcochete na última terça-feira, é provável que o plantel do Sporting cumpra um treino amanhã, que será o único com o propósito específico de preparar a final da Taça de Portugal frente ao Desportivo das Aves. Segundo apurou o PÚBLICO, isto era o que estava a ser negociado com os jogadores “leoninos”, por vontade de Jorge Jesus, mas ainda não era um dado adquirido, sendo ainda possível que não haja qualquer treino até domingo. Outro dos cenários em cima da mesa é que a equipa se possa concentrar no sábado apenas para uma palestra de Jorge Jesus. De qualquer forma, esta pausa não é, necessariamente, prejudicial.

É tudo menos normal a semana que tem antecedido a participação “leonina” na final do Jamor e, tendo passado a semana sem treinar, é essa a mensagem que os jogadores querem passar. Depois do regresso a Lisboa ao final do dia depois da derrota na Madeira, houve reuniões de plantel e equipa técnica com Bruno de Carvalho num dia que era para ser de folga, e o regresso aos treinos no dia seguinte acabaria por ser marcado pela invasão da academia. Os treinos em Alcochete nos dois dias seguintes foram cancelados, tal como o que estava previsto acontecer nesta sexta-feira no relvado do Estádio Nacional. O Desp. Aves, pelo contrário, irá cumprir um treino no Jamor neste sábado.

Uma semana agitada, tal como foram algumas semanas de competição intensa em que o Sporting, envolvido em várias competições, jogava de três em três dias e Jesus queixava-se que mal tinha tempo para recuperar os jogadores e preparar os jogos. Agora, o máximo que poderá ter para o último jogo da época é um treino, mas a falta de trabalho continuado durante a semana poderá não fazer a diferença a nível físico.

“Não é um ou dois dias de carga que vão fazer a diferença em jogadores que já estão há muito tempo a trabalhar”, garante ao PÚBLICO Paulo Rocha, fisiologista do exercício e colaborador da FPF. Uma semana sem treinar no início da época seria bem mais prejudicial, observa Paulo Rocha, mas, acontecendo no fim da época, até pode ser benéfico em termos fisiológicos. “Acaba por ser um aliviar de carga e pode trazer alguma vantagem para alguns jogadores”, acrescenta.

Paulo Alves também acha que, no plano físico, “não haverá grandes problemas”, e que, em termos técnico-tácticos, também não haverá grandes problemas. O pior será a parte motivacional, mas o antigo internacional português diz que é difícil de prever porque não há registo de situações semelhantes. “Percebo bem o Bas Dost quando disse que se sentia vazio. Ser agredido por quem nos devia apoiar… Isso leva a um monte de interrogações”, refere este ex-avançado que também passou pelo Sporting.

Sem ter vivido situações parecidas como a que aconteceu em Alcochete, Paulo Alves recordou um final de época, já como treinador, em que os seus jogadores se recusaram a treinar durante a semana porque tinham três meses de salários em atraso. “Faltava uma jornada e não treinaram a semana toda. Temos de fazer alguma coisa, diziam-me eles”, recorda Paulo Alves, que se mostrou, na altura, solidário com os jogadores. E não treinaram, mas foram a jogo: “O que lhes disse foi: vocês fizeram o que tinham a fazer, mas agora é preciso dar uma demonstração de carácter. E a verdade é que ganhámos, e ganhámos bem, de goleada. Mas nada disto é comparável com o que se passou com os jogadores do Sporting.”