Obrigacionistas do Sporting também têm prova difícil no domingo
Assembleia geral de obrigacionistas votará proposta da administração para adiar prazo de reembolso de 30 milhões de euros.
No próximo domingo, o futuro do Sporting Clube de Futebol não se joga apenas nos relvados. Logo ao início da manhã, os obrigacionistas terão, em segunda convocatória, de votar o adiamento do reembolso do empréstimo de 30 milhões de euros, pedido pelo conselho de administração.
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No próximo domingo, o futuro do Sporting Clube de Futebol não se joga apenas nos relvados. Logo ao início da manhã, os obrigacionistas terão, em segunda convocatória, de votar o adiamento do reembolso do empréstimo de 30 milhões de euros, pedido pelo conselho de administração.
O empréstimo deveria ser pago na próxima semana, a 25 de Maio. Por falta de dinheiro, a administração do clube pede um adiamento do reembolso por seis meses, para 26 de Novembro.
Na primeira convocatória não se verificou quórum suficiente (50% do montante do empréstimo representados), mas na segunda convocatória, para 20 de Maio, a assembleia pode decidir, independentemente do número de obrigacionistas presentes e/ou representados. No domingo, os obrigacionistas ainda podem alterar as propostas da administração, que adiam o reembolso, com pagamento dos respectivos juros.
As sucessivas crises no clube de Alvalade deixam pouca margem aos obrigacionistas para recusar o adiamento, mas a incerteza do que virá a seguir também não os tranquiliza.
O Sporting assume que pretendia pagar o empréstimo de 30 milhões através de uma nova emissão de obrigações, que deveria ter ocorrido em Maio, no montante mínimo de 30 milhões de euros e que não chegou a avançar. Assim, os obrigacionistas sabem que o clube não tem dinheiro para lhes pagar e recusar o adiamento vai agravar a delicada situação financeira em que se encontra. Mas também não têm garantias de que, até Novembro o clube posso fazer o novo empréstimo obrigacionista, no montante máximo de 60 milhões de euros, e reembolsar a emissão de 2015.
A situação dos obrigacionistas e dos accionistas — a Futebol SAD está cotada em bolsa —, levou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a pedir esclarecimentos ao clube de Alvalade. O supervisor do mercado, que até agora não suspendeu as acções, onde também não se têm verificado grandes variações de cotação, quer saber que impacto pode ter os recentes acontecimentos no valor dos activos do clube, onde se destacam os jogadores.