Mariano Gago condecorado a título póstumo por Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República entregou a Grã-Cruz da Ordem de Sant’Iago da Espada à mãe do físico e político.

Foto
José Marano Gago Pedro Cunha/Arquivo

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou esta quarta-feira José Mariano Gago com a Grã-Cruz da Ordem de Sant’Iago da Espada, insígnia que entregou à mãe do cientista e ex-ministro da Ciência que morreu a 17 de Abril de 2015.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou esta quarta-feira José Mariano Gago com a Grã-Cruz da Ordem de Sant’Iago da Espada, insígnia que entregou à mãe do cientista e ex-ministro da Ciência que morreu a 17 de Abril de 2015.

“Um obrigado especial a Mariano Gago pelo seu exemplo inspirador, que também merece a Grã-Cruz da Ordem de Sant’Iago da Espada, com que decidi condecorá-lo. É um reconhecimento justíssimo a quem tanto soube e pôde fazer por Portugal”, adiantou Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia do Dia Nacional dos Cientistas, que se comemorou em Leiria e é comemorado no dia de aniversário de Mariano Gago (1948-2015).

O Presidente da República apelou para que não se deixe “nunca cair a aposta na ciência” e que “não se perca jamais o legado de José Mariano Gago, que era um legado caracterizado por um horizonte amplo, rasgo criativo, uma liderança pessoal e institucional e uma obsessão quanto à eficácia na acção”.

“Neste dia dedicado aos cientistas, quero testemunhar a profunda gratidão de Portugal e dos portugueses para com José Mariano Gago, evocando a sua memória de forma muito saudosa. Agora que nos deixou e cada ano que passa sobre o momento da separação é um ano que faz sobressair a importância da sua presença no passado, mas também da sua presença hoje e amanhã”, sublinhou o Presidente da República.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o “maior mérito” de Mariano Gago foi ter “construído uma obra perene, ter deixado um legado que sobreviveu ao seu desaparecimento”. Essa obra é hoje visível “nas universidades, nos centros de investigação e laboratórios, na quantidade e na qualidade da produção científica” portuguesa.

Afirmando que José Mariano Gago e muitos cientistas da sua geração se “confrontaram com o sempre eterno problema da escala da actividade científica e com a necessidade da sua internacionalização”, o Presidente da República sublinhou que “para a consolidação do sistema científico nacional que agora dá os seus frutos, cá dentro e lá fora, muito contribuiu, ou contribuiu decisivamente, a visão de um homem chamado José Mariano Gago”.

“Hoje cumpre formalmente reconhecer, ao longo de décadas, como académico e governante Mariano Gago teve um projecto para a ciência portuguesa, um projecto sedimentado e amadurecido, realista, mas ousado, um programa de acção assente no estudo rigoroso dos problemas e no diagnóstico sereno dos desafios”.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “não é possível separar as várias facetas da personalidade singular de José Mariano Gago, que começou por se afirmar como um aluno brilhante, um activista estudantil, para não muitos anos depois surgir como um dos mais respeitados académicos e pensadores de ciência no nosso país”. “O governante e o cientista não eram pessoas distintas e menos ainda antagónicas. Eram duas expressões complementares de um percurso de vida prematuramente terminado.”

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, assinalar este dia “é um imperativo de cidadania para o futuro e preito de gratidão para com aqueles que num passado recente e na actualidade são responsáveis pelo extraordinário desenvolvimento que Portugal registou, e regista, na produção do conhecimento e da tecnologia”.