EUA bloqueiam investigação às mortes em Gaza
Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se nesta terça-feira a pedido do Kuwait para discutir tensão na Palestina, depois de militares israelitas matarem pelo menos 55 manifestantes.
Os Estados Unidos bloquearam um projecto de declaração do Conselho de Segurança das Nações Unidas em que se pedia uma investigação imediata e transparente à morte de pelo menos 55 palestinianos que se manifestavam na Faixa de Gaza, na segunda-feira, num protesto contra inauguração da embaixada norte-americana em Jerusalém.
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Os Estados Unidos bloquearam um projecto de declaração do Conselho de Segurança das Nações Unidas em que se pedia uma investigação imediata e transparente à morte de pelo menos 55 palestinianos que se manifestavam na Faixa de Gaza, na segunda-feira, num protesto contra inauguração da embaixada norte-americana em Jerusalém.
O Conselho de Segurança reúne nesta terça-feira, a pedido do Kuwait, que tem assento naquele órgão das Nações Unidas em representação dos países árabes. Ainda na segunda-feira, os representantes daquele país distribuíram um projecto de declaração em que condenam o assassinato de civis pelas forças israelitas e exigem que seja feita uma investigação para clarificar responsabilidades.
Também o embaixador da Palestina na ONU, Riyad Mansur, pediu aos membros do Conselho de Segurança que tenham em consideração a sua “responsabilidade” de proteger a população civil. O mesmo responsável, citado pelo jornal El País, descreve os disparos dos militares israelitas contra os palestinianos – que resultou na morte de pelo menos 55 civis e ferimentos em cerca de 2000 pessoas – como um "crime de guerra". "Eles são selvagens", disse numa conferência de imprensa em que classificou ainda como "vergonhosa" a atitude dos Estados Unidos.
Nesta terça-feira realizam-se os funerais dos palestinianos mortos pelo exército israelita, em pleno Dia de Nakba – esta palavra árabe, cujo significado é catástrofe, designa o êxodo palestinano de 1948, fruto do ataque das forças sionistas, após a independência do Estado de Israel, proclamada unilateralmente em 14 de Maio de 1948.
Por seu turno, Israel defende igualmente uma intervenção do Conselho de Segurança, mas o que o seu embaixador, Danny Danon, exige é uma condenação do Hamas, responsabilizando-o por supostos actos de violência de palestinianos contra civis israelitas e pelo incitamento “a cruzar a fronteira” em Gaza. Os EUA também alinham pela responsabilização do Hamas. A inauguração da embaixada norte-americana em Jerusalém foi o rastilho para a onda de violência desta segunda-feira.
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos dois lados do conflito “contenção” a fim de evitar provocações e actos violentos. O líder das Nações Unidas mostrou-se favorável a que todas as mortes sejam investigadas de maneira transparente e independente e sublinha a "necessidade urgente" de alcançar uma solução política para o conflito.