Multibanco mantém-se na liderança, mas débitos directos ganham terreno
O pagamento de compras online através de cartões ficou-se por 3,9% do volume e 5,9% do valor.
Os portugueses continuam conservadores nos locais onde fazem compras e nas formas de pagamento, uma realidade que deverá conhecer uma mudança significativa com a nova directiva dos pagamentos. O Relatório dos Sistemas de Pagamentos, mostra poucas variações no conjunto das 2541 milhões de transacções registadas em 2017, no valor global de 417 mil milhões de euros, um crescimento de 8% face a 2016, em linha com o crescimento da economia nacional.
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Os portugueses continuam conservadores nos locais onde fazem compras e nas formas de pagamento, uma realidade que deverá conhecer uma mudança significativa com a nova directiva dos pagamentos. O Relatório dos Sistemas de Pagamentos, mostra poucas variações no conjunto das 2541 milhões de transacções registadas em 2017, no valor global de 417 mil milhões de euros, um crescimento de 8% face a 2016, em linha com o crescimento da economia nacional.
Os dados são do SICOI, sistema responsável pela compensação das operações de pagamento de retalho, divulgado esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP). E revelam que, em número, o Multibanco continuou a ser responsável pelo grosso dos pagamentos no retalho. Excluindo os pagamentos em numerário, a rede Multibanco respondeu por 86% do número de transacções, com taxas de crescimento de 8% em volume e 8,5% em valor. Já as operações realizadas através de débitos directos representaram 7,1% (179 milhões de operações), registando o maior crescimento em número de operações (12,1%). Os subsistemas de cheques e de efeitos comerciais (como letras) representaram apenas 1,3% e 0,003%, respectivamente.
Em montantes processados, a liderança vai para as transferências a crédito, que representaram 53,3% do total (222,3 mil milhões de euros), seguidas pelas operações efectuadas através da rede Multibanco com um peso de 27,6% (115 mil milhões de euros).
Dos 2185 milhões de operações efectuadas pelo Multibanco, 49,5% foram relativos a compras, 20,1% a levantamentos e 19,8% a operações de baixo valor. Os levantamentos apresentaram as menores taxas de variação homóloga, com crescimentos de 1,3% em número e de 2,3% em valor.
No final do ano, estavam registados na rede Multibanco 14,6 milhões de cartões de débito (mais 4,1% do que em 2016) e seis milhões de cartões de crédito (mais 0,5%).
A maioria das compras continua a ser efectuada em pontos de venda tradicionais, ou terminais físicos. Segundo o relatório, do total de compras realizadas com cartões em 2017 (incluindo outras marcas para além do Multibanco), apenas 3,9% em número e 5,9% do valor corresponderam a compras feitas online, um ligeira variação face aos 3,1% e 5,2% registados em 2016. Ainda nas compras presenciais, apenas 1,6% do número e 0,6% do valor processados corresponderam a operações realizadas com recurso à nova tecnologia de leitura por aproximação do cartão de pagamento (tecnologia contactless). Para o BdP, os dois últimos dados “evidenciam que existe uma margem de progressão significativa na adopção de soluções inovadoras nos pagamentos de retalho”.
Os instrumentos de pagamento electrónicos continuaram, no seu conjunto, a registar forte dinamismo. Os débitos directos foi o que mais cresceu (12,1% em número e de 16% em valor) e as transferências a crédito e de operações realizadas através do Multibanco registaram taxas de crescimento de 8,2% e de 8%, em número de operações, e de 10,9% e de 8,5%, em montantes, respectivamente. O montante médio por operação aumentou em todos estes subsistemas. As operações processadas através da rede Multibanco (incluindo, entre outras, levantamentos de numerário, compras, pagamentos de serviços e pagamentos ao Estado) continuaram a apresentar o valor médio mais baixo, de 52,7 euros por operação.
Em sentido descente está a utilização de cheques, que apesar de ainda terem representado 13,1% dos montantes processados, já que são um meio utilizado para grandes para grandes operações, diminuíram 11,6% em número e 5,8% em valor. Segundo o relatório, “o número de cheques devolvidos diminuiu 12,2%, de o número de entidades registadas na listagem de utilizadores de cheque que oferecem risco caiu 13%.