Associação de Diabéticos vai aumentar cirurgias às cataratas para reduzir espera no SNS

O Governo anunciou, esta segunda-feira, um "compromisso de cooperação" com a Associação Protectora dos Diabéticos Portugueses. A Associação vai continuar a prestar cuidados às pessoas com diabetes, de consultas a tratamentos.

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Um milhão de portugueses foi diagnoticado com diabetes REUTERS/Mario Anzuoni/File Photo

A Associação Protectora dos Diabéticos Portugueses (APDP) vai passar a realizar mais cirurgias às cataratas para ajudar o Serviço Nacional de Saúde a reduzir as listas de espera, anunciou o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, esta segunda-feira.

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A Associação Protectora dos Diabéticos Portugueses (APDP) vai passar a realizar mais cirurgias às cataratas para ajudar o Serviço Nacional de Saúde a reduzir as listas de espera, anunciou o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, esta segunda-feira.

No final da cerimónia que assinalou o aniversário "da associação de doentes mais antiga do mundo", o ministro Adalberto Campos Fernandes considerou que a APDP tem condições para fazer mais cirurgias às cataratas e para contribuir para reduzir as listas de espera no SNS.

O presidente da APDP, José Manuel Boavida, explicou aos jornalistas que ainda terão de ser feitos acordos com cada administração regional de Saúde relativamente ao alargamento da cirurgia às cataratas, de acordo com as necessidades de cada região.

Segundo José Boavida, a APDP está actualmente a realizar muito menos cirurgias para o SNS do que é a sua capacidade, respeitando o tecto que está contratualizado com o Estado. "Se cumprirmos o tecto das cirurgias de forma seguida, temos a nossa capacidade esgotada em Março e fechamos o bloco", exemplificou, acrescentando que a Associação tem mais capacidade e pode ajudar a reduzir as listas de espera para a cirurgia às cataratas.

O presidente da APDP lembra que a diabetes é um dos principais potenciais precursores das cataratas. A cirurgia às cataratas é a cirurgia mais realizada em oftalmologia em todo o mundo.

Durante a cerimónia que assinalou o 92.º aniversário da APDP, o ministro da Saúde anunciou ainda que o novo director do Programa Nacional para a Diabetes vai ser o subdiretor-geral da Saúde Diogo Fonseca da Cruz. Diogo Fonseca da Cruz é especialista em medicina interna e é actualmente subdiretor-geral da Saúde.

Hoje, além o aniversário da Associação, o Ministério da Saúde estabeleceu com a APDP "um novo compromisso de cooperação" para os próximos cinco anos, consolidando a prestação de cuidados prestados pela associação a utentes do SNS. Este compromisso foi assinado entre a associação, todas as administrações regionais de Saúde e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

O acordo deve ter início em Janeiro de 2019 e estender-se a 31 de Dezembro de 2023 e permite que a APDP continue a prestar cuidados às pessoas com diabetes, desde consultas a tratamentos ou exames.

A associação ajuda a cuidar de cerca de 50 mil pessoas com diabetes, doença que em Portugal afecta mais de um milhão de pessoas. O principal acordo que a associação tem firmado é com a Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo, mas o novo compromisso vai ainda "normalizar os acordos" com a região do Alentejo e do Algarve.

Com a zona Centro, o novo compromisso de cooperação servirá sobretudo para dar apoio a pessoas das áreas de Castelo Branco e Covilhã, zonas com "grande carência", e com população que tem os familiares essencialmente em Lisboa.

Com a zona Norte, o acordo servirá fundamentalmente para dar apoio em situações pontuais. Entre 85% a 90% por cento das pessoas a quem são prestados cuidados na Associação são utentes do SNS.

Por dia, a diabetes é diagnosticada a cerca de 200 novos doentes. A prevalência estimada da diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos) é de 13,3%, isto é, mais de um milhão de portugueses.

A este número juntam-se mais de dois milhões de pessoas com pré-diabetes. Esta é uma doença crónica com elevada incidência nos subtipos 1 e 2 que, apesar dos múltiplos investimentos ao nível do diagnóstico precoce e dos avanços terapêuticos, continua a envolver elevados custos económicos, sociais e humanos, lembra a APDP.