Novas fissuras em vulcão elevam risco de erupção explosiva no Havai
São já 18 as aberturas no solo desde o início da mais recente crise sísmica, no início do mês. Especialistas afirmam que subiu o risco de uma erupção explosiva, potencialmente mais perigosa do que o fenómeno actualmente em curso.
Duas novas fissuras abriram, este domingo, nas imediações do vulcão Kilauea, no Havai, EUA, que está a libertar magma desde o início do mês. As autoridades ordenaram novas evacuações na zona Leste da ilha Grande, naquele arquipélago norte-americano, e alertam que uma erupção explosiva, de maior intensidade, poderá acontecer nos próximos dias.
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Duas novas fissuras abriram, este domingo, nas imediações do vulcão Kilauea, no Havai, EUA, que está a libertar magma desde o início do mês. As autoridades ordenaram novas evacuações na zona Leste da ilha Grande, naquele arquipélago norte-americano, e alertam que uma erupção explosiva, de maior intensidade, poderá acontecer nos próximos dias.
As duas novas fissuras fazem elevar para 18 o total de fendas no solo através das quais está a ser libertado magma desde o início do mês. A primeira abertura deste domingo surgiu durante a manhã e tem, segundo descreve a agência Reuters, cerca de 300 metros de comprimento. Ao final da tarde foi registada uma nova fenda, na zona de Halekamahina Loop Road, no extremo Leste da ilha.
À Reuters, habitantes locais descrevem a erupção como “um rugido constante”, com explosões capazes de fazer elevar “bombas” de lava de 30 quilos no ar.
As autoridades têm estado a enviar mensagens de telemóvel aos residentes, apelando à sua saída das habitações, e lembrando que, em caso de futuras erupções, poderá não haver tempo para a fuga ou para a intervenção dos socorristas.
A Agência de Defesa Civil do Havai ordenou também que os alojamentos turísticos na zona costeira de Lower Puna encerrem para aliviar o consumo de água e reduzir o número de pessoas na área, para que os socorristas possam concentrar-se na segurança dos moradores permanentes da região.
O vulcão Kilauea, cujo cume ascende a 1200 metros de altitude, é um dos mais activos do mundo. Desde 3 de Maio, quando se registou um forte sismo na zona Leste da maior ilha do arquipélago do Havai, que a lava tem sido expelida através de várias fissuras.
A zona mais atingida por esta nova crise vulcânica é Leilani Estates, no distrito de Puna, a 32 quilômetros ao sul de Hilo, a capital da ilha. Só aí foram destruídas 27 casas e pelo menos 1500 moradores tiveram de abandonar as suas habitações. Ao todo, e acrescentando outras áreas atingidas pela lava, cerca de 40 edifícios foram atingidos e quase 2000 pessoas obrigadas a sair das suas casas.
As novas fissuras fazem aumentar os receios dos especialistas relativamente à possibilidade de uma erupção explosiva do vulcão Kilaeua — algo que seria mais perigoso do que as torrentes de magma, de progressão relativamente lenta, que até agora têm atingido a ilha.
“Em termos de perigo, será pior se magma mais quente e líquido chegar à superfície, e pode ser que isso esteja prestes a acontecer”, afirma a responsável pelo Observatório Vulcanológico do Havai, Tina Neal, citada pela Reuters.
As fendas abertas desde o dia 3 têm lançado magma relativamente frio e lento que sobrou de um evento similar registado em 1955. Geólogos citados pela CNN defendem que uma erupção explosiva podia lançar cinza a 6100 metros de altura e lançar detritos a mais de 19 quilómetros.
Entretanto, o Presidente dos EUA, Donald Trump, declarou o estado de calamidade no Havai, o que permite que a assistência federal possa complementar os esforços de recuperação locais e estaduais nas áreas afectadas pela erupção vulcânica.
O governador do Havai estima que a protecção da população durante os próximos 30 dias custe 2,9 milhões de dólares (cerca de 2,4 milhões de euros).