Em Alvalade volta a reinar a confusão antes da final da Taça

Bruno de Carvalho garantiu que não suspendeu Jorge Jesus depois de uma reunião tensa em Alvalade com treinador e jogadores.

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Mantém-se a incerteza sobre o futuro de Jorge Jesus em Alvalade LUSA/MÁRIO CRUZ

A menos de uma semana de o Sporting disputar a final da Taça de Portugal, a confusão voltou a instalar-se em Alvalade. Bruno de Carvalho convocou Jorge Jesus e seus adjuntos, os jogadores, a equipa médica e o departamento de scouting para uma reunião de emergência, no rescaldo da derrota na Madeira, com o Marítimo (1-2), que entregou o segundo lugar do campeonato ao Benfica, mas existem muitas dúvidas sobre o desfecho do encontro. No final, a comunicação social anunciou que o treinador havia sido suspenso das suas funções, mas o presidente garantiu que não. É apenas o capítulo mais recente de uma crise iniciada há um mês.

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A menos de uma semana de o Sporting disputar a final da Taça de Portugal, a confusão voltou a instalar-se em Alvalade. Bruno de Carvalho convocou Jorge Jesus e seus adjuntos, os jogadores, a equipa médica e o departamento de scouting para uma reunião de emergência, no rescaldo da derrota na Madeira, com o Marítimo (1-2), que entregou o segundo lugar do campeonato ao Benfica, mas existem muitas dúvidas sobre o desfecho do encontro. No final, a comunicação social anunciou que o treinador havia sido suspenso das suas funções, mas o presidente garantiu que não. É apenas o capítulo mais recente de uma crise iniciada há um mês.

“Este jogo prejudicou bastante o Sporting”, admitiu Bruno de Carvalho numa referência ao encontro no Funchal. E nesta segunda-feira à noite, após a reunião de emergência, o líder "leonino" foi mais longe: “Qual processo disciplinar? Eu percebo que vocês [jornalistas] têm de trabalhar, mas nós, administração e Conselho Directivo, também temos de trabalhar. O que aconteceu foi o Sporting ter sido derrotado num jogo que muito prejudicou o Sporting, que perdeu muitos milhões de euros que estavam contabilizados na planificação da próxima época, o que vai originar mudanças.” E sobre Jesus, que tem mais um ano de contrato e uma cláusula de rescisão de sete milhões de euros, garantiu não haver nenhum processo disciplinar em curso. Já treinador e jogadores mantiveram-se em silêncio.

A mais recente crise “leonina” iniciou-se a 12 de Abril, numa altura em que a equipa ainda lutava em todas as frentes competitivas. A derrota em Madrid na primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa, frente ao Atlético (2-0), com dois erros grosseiros defensivos chocou Bruno de Carvalho, que tornou pública a sua frustração através da sua conta na rede social Facebook.

Criticou duramente o desempenho dos seus jogadores e a maioria destes reagiu em conformidade, acusando o seu presidente de falta de solidariedade através do Instagram. Bruno de Carvalho foi impulsivo na resposta e decidiu anunciar a suspensão de todos os atletas que partilharam a publicação. Tiraria uma mensagem particularmente rude do Facebook, mas manteve a ameaça disciplinar.

Na véspera da equipa defrontar o Paços de Ferreira para o campeonato, as partes reuniram-se, mas o clima de confronto manteve-se. Foi mesmo estendido a Jorge Jesus. O presidente garantira que contava com o apoio do seu treinador, mas este demarcou-se e colocou-se ao lado dos jogadores, confessando nunca ter vivido uma situação idêntica durante toda a sua longa carreira. Uma afronta que Bruno de Carvalho não esqueceu.

A resposta e atitude profissional da equipa frente ao Paços de Ferreira (2-0) não contribuiu para a popularidade do líder. Foi para o banco durante a partida, em Alvalade, mais recebeu muitos apupos das bancadas. No final do encontro surpreendeu ao entrar na sala de imprensa para criticar os adeptos insatisfeitos e abandona o Facebook no dia seguinte.

Os dias que se seguiram foram de recato forçado para o presidente, depois de alguns dos seus mais antigos apoiantes defenderem que deveria interromper a sua exposição mediática durante algum tempo. Assim o fez, mas viria ainda a público condenar as declarações do “seu” presidente da Assembleia-Geral, Jaime Marta Soares, que abrira entretanto a hipótese de convocar uma reunião magna para deliberar sobre a eventualidade de eleições antecipadas.

No relvado a equipa continuava a ter bons resultados, acumulando seis triunfos consecutivos após a derrota de Madrid. Depois de ter estado ausente das partidas frente ao Atlético de Madrid, em casa (1-0), e Belenenses, no Restelo (3-4), Bruno de Carvalho regressa aos jogos da sua equipa e ao banco de Alvalade no triunfo frente ao FC Porto, decidido nas grandes penalidades e que colocou os “leões” na final da Taça de Portugal. Antes, no próprio dia da segunda mão da Liga Europa, já anunciara que os seus jogadores tinham deixado de estar sobre a mira disciplinar.

Após o triunfo com os “dragões”, o presidente "leonino" festejou com a equipa no relvado e a paz prometia regressar ao futebol do clube. Durou pouco. O derby com o Benfica, decisivo para a decisão do segundo lugar do campeonato e que abriria a possibilidade de acesso às receitas milionárias da Liga dos Campeões na próxima temporada, não teve a exibição e o resultado desejados, acabando o empate por ser bastante lisonjeiro para o Sporting.

Ficava tudo adiado para a última jornada, com o Marítimo, mas o “leão” voltou a falhar rotundamente. Os adeptos reagiram agressivamente, mas visando agora para o treinador e jogadores. Bruno de Carvalho não se deslocou à Madeira, mas a sua sombra não deixou de pairar sobre este encontro decisivo na sequência de dois incidentes.

Após o jogo com os “encarnados”, o pai de Bruno de Carvalho criticou o trabalho de Jesus no Sporting e o treinador respondeu durante a conferência de imprensa de antecipação da partida no Funchal. O técnico limitou-se a dizer que o presidente não comungaria das palavras do seu progenitor, mas a reacção irritou o líder “leonino”, que teria exigido silêncio sobre este tema.

Por outro lado, numa entrevista ao semanário Expresso, Bruno de Carvalho ironizou acerca do papel de Jesus no “motim” dos jogadores, após a partida de Madrid. O ambiente voltou a crispar e mais ficou depois da derrota com o Marítimo.