Marcelo pede "pensamento positivo" após "turbulência" na Protecção Civil
Presidente da República espera conjugação de esforços no combate aos incêndios.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu neste domingo "um pensamento positivo" após a "turbulência" na liderança da Protecção Civil, desejando que "tudo corra muito bem ao longo do Verão".
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu neste domingo "um pensamento positivo" após a "turbulência" na liderança da Protecção Civil, desejando que "tudo corra muito bem ao longo do Verão".
"Eu acho que é preciso agora é, com um pensamento positivo, desejarmos que tudo corra muito bem ao longo do verão deste ano", afirmou aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa, em Fátima, depois de questionado sobre a "turbulência" na Protecção Civil.
Interrogado se está tranquilo relativamente à próxima época de incêndios, quando se aproxima Junho, que em 2017 foi um mês fatídico para o país devido aos incêndios, o chefe de Estado respondeu: "O que nós esperamos todos - e é isso que desejamos - é que haja uma conjugação de esforços".
"Os portugueses têm feito a sua parte, a Administração Central tem feito a sua parte, o poder local tem feito a sua parte e todos esperamos que seja um ano muito diferente do ano anterior", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, que no sábado esteve no santuário de Fátima, onde assistiu à procissão das velas e à missa.
Em Junho de 2017, os incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande, norte do distrito de Leiria, provocaram 66 mortos: a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava internada desde então, em Coimbra, e que acabou também por morrer. Houve ainda mais de 250 feridos.
O coronel José Manuel Duarte da Costa foi designado na segunda-feira pelo secretário de Estado da Protecção Civil para exercer as funções de Comandante Operacional Nacional do Comando Nacional de Operações e Socorros da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), substituindo António Paixão, que estava no cargo há cinco meses e pediu a sua "exoneração do cargo por motivos pessoais", segundo o Ministério da Administração Interna.
António Paixão entrara em funções no início de Dezembro de 2017, tendo na mesma altura sido nomeada para cargo de segundo comandante Patrícia Gaspar, que era adjunta de operações nacional da Protecção Civil.
António Francisco Carvalho da Paixão comandou o Batalhão de Operações Especiais, integrou os contingentes da GNR destacados para Timor-Leste e foi o primeiro comandante do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS), tendo sido ainda oficial de segurança da Assembleia República.
Já em 14 de Setembro de 2017 Rui Esteves pediu a demissão de comandante operacional nacional da ANPC e o tenente-coronel Albino Tavares a assumiu o cargo interinamente até à entrada em funções de António Paixão.
Todo este processo de alterações na estrutura da ANPC ocorreu na sequência dos dois trágicos incêndios de 2017, os maiores registados em Portugal e que provocaram, pelo menos, 115 mortos, centenas de feridos e avultados danos materiais.