Israel acusa Irão de atacar Montes Golã e bombardeia “dezenas” de alvos na Síria

Presidente francês pede fim da escalada entre os dois países. Ministro da Defesa de Israel diz que foram atingidas quase todas as posições iranianas na Síria e que espera que "toda a gente tenha percebido a lição".

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Israel acusou as forças iranianas de dispararem 20 mísseis contra territórios que controla, nos Montes Golã, e respondeu com o que a imprensa israelita descreve como o maior ataque em território sírio nas últimas décadas. Telavive garante que foram atingidas “dezenas de posições iranianas na Síria”, noticia a AFP.

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Israel acusou as forças iranianas de dispararem 20 mísseis contra territórios que controla, nos Montes Golã, e respondeu com o que a imprensa israelita descreve como o maior ataque em território sírio nas últimas décadas. Telavive garante que foram atingidas “dezenas de posições iranianas na Síria”, noticia a AFP.

Segundo a Reuters, pouco passava da meia-noite quando os Montes Golã foram atacados pela primeira vez, a partir da Síria, pelas forças iranianas. Israel garante que interceptou e destruiu pelo menos 20 rockets iranianos, atribuindo o ataque à força de elite al-Quds, um dos braços da Guarda Revolucionária iraniana. Em resposta ao ataque, dezenas de mísseis israelitas atingiram vários alvos iranianos na Síria, entre eles depósitos de armamento, uma estação de radar e bases de defesa antiaérea, noticiou a agência noticiosa síria, a Sana.

Na segunda-feira – depois do anúncio da Casa Branca de retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão – Telavive já tinha reforçado os meios de defesa neste território ocupado à Síria e orientando as autoridades civis para que abrissem os abrigos anti-bomba.

O ataque israelita contra território sírio visou alvos iranianos, nomeadamente um depósito de armamento pertencente à Guarda Revolucionária iraniana numa localização a Sul de Damasco. O lançamento de mísseis iranianos terá sido uma resposta a esse ataque, mas Israel, que tem sustentado que não permitirá que o Irão nem a milícia xiita libanesa Hezbollah consigam consolidar a sua presença em território sírio.

“Espero que tenhamos encerrado este capítulo e que toda a gente tenha percebido a lição”, afirmou o ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, numa conferência sobre segurança em Herzliya, Telavive, cita a Reuters.

Assegurando que Israel atingiu “quase todas as infra-estruturas iranianas na Síria”, Lieberman acusou o Irão de “ser possivelmente o único país que hoje representa o extremismo não só do ponto de vista ideológico, mas também de forma activa, disposto a sacrificar os seus próprios cidadãos e o seu futuro em nome dessa ideologia radical”. “A sua actividade não se limita ao Estado de Israel”, disse o ministro, “vemos os iranianos a operar no Iémen, no Iraque, no Líbano e também em África”, sublinhou, em declarações reproduzidas pelo site israelita Ynet.

O jornal israelita Haaretz cita uma fonte anónima ligada às forças de segurança que garantiu que o ataque foi o maior dirigido contra a Síria desde Maio de 1974 e que o país de Bashar al Assad foi avisado para não retaliar. Além disso, a Rússia também foi avisada antes da ofensiva.

Quanto ao ataque iraniano, foi “comandado e ordenado pelo [general da al-Quds] Qassem Soleimani, que não conseguiu atingir os seus objectivos”, acusou o porta-voz do exército de Israel, Jonathan Conricus,

Referindo desconhecer o número baixas iranianas provocadas pela resposta de Israel, Conricus sublinhou que Televavive “foca-se menos em pessoal militar e mais em capacidade e armamento, de modo a infligir um dano de longo prazo às posições iranianas na Síria”, que “vão demorar muito tempo a substituir”.

Perante o maior ataque israelita em décadas, o Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou ao fim da escalada da tensão entre os dois países.

Fontes do ganinete da presidência francesa disseram à AFP que Macron ia abordar o assunto com a chanceler alemã, Angela Merkel, num encontro esta quinta-feira em Aix-la-Chapelle, França. Merkel fez o discurso na cerimónia em que foi entregue a Macron o Prémio Carlos Magno, que destingue desde 1950 uma personalidade política europeia.