Síria denuncia ataque de Israel depois de Trump rasgar acordo com Irão
Horas depois de Trump anunciar a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão, a agência noticiosa síria relatou um ataque israelita a uma base militar a sul de Damasco.
Pouco depois de Donald Trump anunciar a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão e anunciar sanções “mais pesadas” contra Teerão, surgiram relatos de um ataque israelita contra a Síria, visando alvos iranianos. As agências internacionais dão conta esta quarta-feira que após identificar “actividades irregulares” das forças iranianas em território sírio, o exército israelita instruiu as autoridades civis para que preparassem os abrigos anti-bomba nos Montes Golã (território sírio ocupado por Israel) e reforçou os meios de defesa na região.
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Pouco depois de Donald Trump anunciar a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão e anunciar sanções “mais pesadas” contra Teerão, surgiram relatos de um ataque israelita contra a Síria, visando alvos iranianos. As agências internacionais dão conta esta quarta-feira que após identificar “actividades irregulares” das forças iranianas em território sírio, o exército israelita instruiu as autoridades civis para que preparassem os abrigos anti-bomba nos Montes Golã (território sírio ocupado por Israel) e reforçou os meios de defesa na região.
Em paralelo, apenas duas horas depois do anúncio da Casa Branca, a agência noticiosa síria Sana relatou a ocorrência de explosões em Kisweh, a sul de Damasco. Segundo a Sana, as forças de defesa sírias interceptaram e destruíram dois mísseis israelitas. Um comandante da aliança regional que apoia o presidente sírio Bashar al-Assad garantiu que o ataque israelita atingiu uma base militar em Kisweh, sem causar vítimas.
“Não comentamos esses relatórios estrangeiros”, respondeu um porta-voz do exército israelita, quando confrontado com a informação, segundo a Reuters. O Washington Post cita dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos que refere que o ataque provocou nove vítimas mortais. Segundo o Observatório, o alvo do ataque foi um depósito de armamento pertencente à Guarda Revolucionária iraniana, mas o Washington Post refere que não conseguiu confirmar esta informação.
“O Irão ameaçou – directamente e através de mensageiros – atacar Israel, e nós levamos isto muito a sério”, afirmou o ministro dos serviços de informações e transportes Yisrael Katz, sem admitir directamente a responsabilidade do exército israelita no ataque. “Hoje e agora, só os ataques podem prevenir a violência e as guerras de amanhã. Os iranianos não compreendem qualquer outra linguagem”, afirmou Katz, citado pelo site noticioso israelita Ynet.
Horas antes, e na sequência do anúncio da Casa Branca, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já tinha prometido uma resposta dura contra o Irão: “Há meses que o Irão vem transferindo armas letais para as suas forças na Síria com o propósito de atacar Israel. Vamos responder de forma vigorosa a qualquer ataque no nosso território”, afirmou.
Depois do discurso de Trump, o Presidente iraniano Hassan Rouhani assegurou que o país pretende continuar no acordo, mas está preparado para retomar as actividades nucleares se o pacto cair.
Não é a primeira vez que o Estado hebraico é acusado de atacar a Síria. Israel tem sustentado que não permitirá que o Irão, ou a milícia xiita libanesa Hezbollah, consiga consolidar a sua presença em território sírio para atacar Israel.
Em Abril (e pouco depois de um tweet de Donald Trump, na sequência de mais um ataque com armas químicas na Síria), sete iranianos foram mortos num ataque atribuído a Israel na Síria.