Câmara de Loulé investe 1,5 milhões para fazer regressar ao Algarve a delegação regional do INEM

As chamadas para as saídas das ambulâncias de emergência no Algarve – accionadas através do 112 - são recebidas, desde há seis anos, em Lisboa, Coimbra ou Porto.

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Adriano Miranda

A delegação algarvia do INEM, desactivada há seis anos, vai regressar à região. As novas instalações do CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) vão ser construídas junto ao nó central da Via do Infante, em Loulé, na zona onde já existe o Comando Distrital da Protecção Civil, com um heliporto e dois meios aéreos em permanência, incluindo um helicóptero do INEM. A construção do edifício e equipamento terá um custo de 1,5 milhões de euros e vai ser integralmente suportado pela autarquia.

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A delegação algarvia do INEM, desactivada há seis anos, vai regressar à região. As novas instalações do CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) vão ser construídas junto ao nó central da Via do Infante, em Loulé, na zona onde já existe o Comando Distrital da Protecção Civil, com um heliporto e dois meios aéreos em permanência, incluindo um helicóptero do INEM. A construção do edifício e equipamento terá um custo de 1,5 milhões de euros e vai ser integralmente suportado pela autarquia.

Desde que encerrou a delegação do INEM, em Faro, em 2012, a saída das ambulâncias de emergência médica – accionadas através do 112 – dirigida a partir de Lisboa, Coimbra ou Porto. Por falta de conhecimento do território, ou deficiente informação de quem pede assistência, não raras vezes surgem confusões relacionadas com a referência às localidades com nomes iguais ou parecidos. Um exemplo: Manuel Guerreiro, residente no Almarginho, freguesia de Salir (Loulé) sofreu um AVC. O filho, Custódio Guerreiro, ligou para o 112. “Dei todas as indicações, e fiz questão de sublinhar que era na freguesia de Salir”, disse. Passado hora e meia sem que chegasse o meio de socorro ao local, voltou a ligar. Nessa altura, ficou a saber que os meios com o Suporte Básico de Vida tinham-se dirigido para sítio do Almarginho, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira. “Encontravam-se a mais de 50 quilómetros de distância e a ambulância anda, perdida, de monte em monte, em busca do doente, no meio da serra”. Quando a vítima, de 89 anos, chegou ao Hospital de Faro, no dia 16 de Fevereiro de 2017, já não havia recuperação possível. Os órgãos entraram em progressiva falência, faleceu ao fim de quatro meses.

Custódio Guerreiro apresentou queixa e pediu explicações sobre o sucedido no livro de reclamações do Hospital de Faro. “A resposta chegou um ano depois, apenas com um lamento”, disse. Interpelado a comentar o regresso do CODU ao Algarve, comentou: “É uma boa notícia, espero que melhorem as relações de proximidade entre os serviços públicos de saúde e os cidadãos”.

Na assinatura do protocolo para a construção do edifício da delegação do INEM, o presidente do Conselho Directivo deste instituto, Luís Meira, destacou a importância do serviço passar a possuir “instalações adequadas” para as funções que tem de desempenhar. A obra tem conclusão prevista para final de 2020.

O presidente da Câmara, Vítor Aleixo, justificou o investimento como sendo “um contributo, ao nível local, para servir toda a região” tendo em conta a valor que representa o Serviço Nacional de Saúde a funcionar de forma eficaz. “O município de Loulé chegou-se à frente”, justificou, porque dispõe de uma situação financeira que lhe permite assumir essa responsabilidade de interesse público e geral. Uma oportunidade, rematou Luís Meira, que o “INEM agarrou com as duas mãos” .