Desemprego recua para 7,9%, o nível mais baixo da década
No arranque de 2018, o número de pessoas desempregadas caiu quase 12 mil face ao trimestre anterior, mas a criação de emprego praticamente estagnou.
O mercado de trabalho em Portugal continua a evoluir de forma positiva com a taxa de desemprego a recuar para 7,9% no primeiro trimestre de 2018 – o valor mais baixo da última década. Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a taxa de desemprego foi inferior aos 8,1% registados no quarto trimestre de 2017 e aos 10,1% apurados no ano passado.
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O mercado de trabalho em Portugal continua a evoluir de forma positiva com a taxa de desemprego a recuar para 7,9% no primeiro trimestre de 2018 – o valor mais baixo da última década. Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a taxa de desemprego foi inferior aos 8,1% registados no quarto trimestre de 2017 e aos 10,1% apurados no ano passado.
No final do primeiro trimestre havia 410,1 mil pessoas desempregadas, menos 11,9 mil (-2,8%) do que no trimestre anterior, "prosseguindo os decréscimos trimestrais observados desde o segundo trimestre de 2016", nota o INE. Na comparação com o período homólogo, a diminuição foi de 113,8 mil pessoas (-21,7%).
As boas notícias chegam também para os jovens. A taxa de desemprego desta franja da população activa foi de 21,9%, o registo mais baixo da série iniciada em 2011.
Os desempregados de longa duração (pessoas que procuram emprego há 12 ou mais meses) ainda representam mais de metade da população desempregada (53,8%), mas o seu número tem vindo a diminuir a um ritmo mais rápido do que o desemprego total. No final do primeiro trimestre, havia 220,5 mil pessoas nesta situação, menos 28,5% do que um ano antes e menos 3,3% do que no trimestre anterior.
Nas suas análises trimestrais, o INE passou a publicar um indicador complementar para analisar o mercado de trabalho que agrega a população desempregada; o subemprego dos trabalhadores a tempo parcial; os inactivos à procura de emprego que não estão disponíveis; e os inactivos disponíveis, mas que não procuram emprego. A chamada taxa de subutilização do trabalho era de 15,2% no primeiro trimestre, inferior aos 15,5% do trimestre passado e aos 18,2% de 2017.
Emprego cresce 149 mil num ano e estagna no trimestre
Tal como já tinha acontecido no último trimestre do ano passado, a criação de novos empregos nos primeiros meses de 2018 foi quase nula. De um trimestre para o outro, mais 1800 pessoas entraram para a categoria da população empregada, o que corresponde a um crescimento trimestral de apenas 0,04%.
Se olharmos para a evolução face ao ano passado, o emprego continua a aumentar de forma expressiva. A população empregada teve um aumento homólogo de 148,6 pessoas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 3,2%. O INE atribui esta situação ao acréscimo do emprego nas mulheres (80,4 mil); pessoas dos 45 aos 64 anos (117,2 mil); com qualquer nível de escolaridade, principalmente aquelas que completaram ensino secundário ou pós-secundário (85,5 mil); empregadas no sector dos serviços (106,2 mil); trabalhadores por conta de outrem (158,4 mil), nomeadamente com contrato de trabalho sem termo (105,4 mil) e a tempo completo (182,3 mil).
O emprego começou a recuperar no quarto trimestre de 2013 e essa evolução acentuou-se no início de 2017. Contudo, a população empregada, que agora totaliza 4806,7 milhões de pessoas, ainda não voltou aos níveis anteriores à crise, quando ultrapassava os cinco milhões.
O Governo espera chegar ao final de 2018 com uma taxa de desemprego de 7,6%. O Banco de Portugal está mais optimista e aponta para 7,3% nas suas previsões mais recentes.
As estimativas trimestrais do INE consideram a população com 15 e mais anos e os valores não são ajustados à sazonalidade.