Sete meses depois, o carvão do Pejão ainda arde

Empresa de Desenvolvimento Mineiro prepara nova investida para terminar com a combustão lenta que existe nas antigas escombreiras da mina de Castelo de Paiva.

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Adriano Miranda

Quando, em Janeiro, avançou com uma operação de emergência para impedir a continuação da combustão lenta dos resíduos de carvão que estão depositados nas antigas escombreiras da mina de carvão do Pejão, que fechou em 1994, a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) não esperava que, tantos meses volvidos, ainda não tivesse o problema resolvido. E também não espera que o esteja nos próximos quatro meses, uma vez que só agora desencadeou uma segunda fase de intervenção que se vai prolongar pelos próximos 120 dias.

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Quando, em Janeiro, avançou com uma operação de emergência para impedir a continuação da combustão lenta dos resíduos de carvão que estão depositados nas antigas escombreiras da mina de carvão do Pejão, que fechou em 1994, a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) não esperava que, tantos meses volvidos, ainda não tivesse o problema resolvido. E também não espera que o esteja nos próximos quatro meses, uma vez que só agora desencadeou uma segunda fase de intervenção que se vai prolongar pelos próximos 120 dias.

A profundidade dos focos de combustão, e a sua quantidade, impediu que todas as áreas fossem consideradas ao mesmo tempo, pelo que só ontem é que começaram a chegar a Castelo de Paiva as máquinas que serão necessárias para arrancar com a primeira fase desta segunda vaga de intervenções. 

Em declarações ao PÚBLICO, o presidente da EDM, Rui Rodrigues, explicou que nos próximos 60 dias estarão a ser feitos trabalhos de contenção de duas áreas que ainda não foram alvo de intervenção, “para impedir que a combustão se alargue a outras áreas e perceber até que profundidade vão”. Só nos 60 dias seguintes é que estará no local uma equipa de bombeiros especializada, para extinguir os focos de incêndio.

De acordo com a EDM, o relatório técnico elaborado a 22 de Janeiro, no qual se caracterizava o problema e se definiam as medidas de extinção dos focos de combustão, já previa a sua mobilização em quatro áreas distintas.

A prioridade foi dada às chamadas “zonas A1” (perto do antigo refeitório) e A2 (junto à serração) face aos níveis das emissões para a atmosfera e à proximidade de zonas habitacionais, nomeadamente de um lar. A intervenção arrancou a 6 de Fevereiro e só ficou concluída a 15 de Março. 

“Achávamos que íamos movimentar entre 50 a 70 mil metros cúbicos de terra naquelas duas zonas. Acabamos por ter de movimentar cerca de 110 mil metros cúbicos”, explicou o presidente da EDM. 

Esta situação obrigou à reprogramação da acção prevista para os quatro focos de combustão em duas fases sequenciais. Só quando os focos A1 e A2 foram dados como totalmente extintos e sem emissões atmosféricas é que a EDM se permitiou avançar para a fase seguinte. Os próximos alvos serão então as áreas do Antigo Campo do Pejão (A3) e da Serrinha (A4) através da utilização das mesmas metodologias: primeiro contenção, depois extinção.

Este problema foi desencadeado pelos incêndios de 15 de Outubro.