Starbucks entra em Itália com "humildade e respeito" pelo país do café

Antes de abrir a primeira loja no país que inventou o espresso , o director-executivo da cadeia norte americana diz que vai "mostrar" o que aprenderam em relação ao café.

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Howard Schultz, director-executivo do Starbucks, revolucionou a marca depois de conhecer o café italiano David Ryder/Reuters

A cadeia de lojas Starbucks vai abrir no país do espresso: a multinacional norte-americana de café anunciou nesta segunda-feira que chegará a Itália em Setembro. A loja Starbucks ficará na Piazza Cordusio, no coração de Milão, ao virar da esquina e perto da Catedral de Milão.

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A cadeia de lojas Starbucks vai abrir no país do espresso: a multinacional norte-americana de café anunciou nesta segunda-feira que chegará a Itália em Setembro. A loja Starbucks ficará na Piazza Cordusio, no coração de Milão, ao virar da esquina e perto da Catedral de Milão.

“Não vamos para ensinar os italianos como se faz café, vamos com humildade e respeito para mostrar o que aprendemos”, disse o director-executivo da Starbucks, Howard Schultz, numa conferência sobre gastronomia, em Milão, citado pelo The Local. Segundo a rádio NPR, dos EUA, o estabelecimento que abrirá naquela cidade mostrará o processo de produção do café, desde a torrefacção dos grãos até à chávena.

Schultz diz que a inspiração que viria a dar vida ao Starbucks surgiu precisamente em Milão, quando provou o café da cidade italiana numa visita feita em 1983, quando era director de marketing da marca. Foi Schultz quem deu a grande viragem à pequena empresa que tinha sido criada por dois professores e um escritor, que tinham decidido aventurar-se em 1971 na venda de grãos de café de qualidade, nos Estados Unidos. Foi depois da visita a Itália que o agora director-executivo da marca introduziu o café e os latte italianos, cativando novos clientes.

A entrada da Starbucks ao país que serviu de inspiração a Schultz devido à sua cultura do café centenária só acontece agora, mais de 30 anos depois, por sempre ter havido “um respeito profundo pelo povo italiano e pela sua rica herança e cultura em torno da arte do café”, disse uma fonte da empresa à rádio NPR.

Os cafés de Milão não parecem sentir-se ameaçados com a chegada da multinacional: “Sinceramente, estaria mais preocupado com os bares italianos na vizinhança do que com o café diluído do Starbucks”, disse à NPR um dos gerentes do café Bar dei Bossi, que ficará na vizinhança da nova loja Starbucks milanesa. A proprietária do Caffè Rivoli, Eleonora Fornaciari, também ouvida pela mesma rádio, diz que a Starbucks pode cativar turistas com as suas bebidas, mas que não substituirá o autêntico café italiano.

A Starbucks – nome inspirado num clássico da literatura, Moby Dick – tem quase 29 mil lojas por todo o mundo, que servem cerca de 400 milhões de clientes por mês. Em Portugal, existem 16 estabelecimentos, localizados sobretudo em Lisboa (mas também no Porto, no Algarve e na Madeira); a primeira loja em solo português abriu em 2008.