Microsoft e Amazon põem assistentes digitais a falar em palco
Satya Nadella lembrou os perigos da inteligência artificial.
A Microsoft ensinou a sua assistente artificial, a Cortana, a ajudar e pedir ajuda à Alexa (a assistente virtual da rival Amazon) quando é necessário, e está a trabalhar com a fabricante de drones chinesa DGI para dar inteligência artificial a máquinas voadoras que podem reparar cabos eléctricos de alta tensão.
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A Microsoft ensinou a sua assistente artificial, a Cortana, a ajudar e pedir ajuda à Alexa (a assistente virtual da rival Amazon) quando é necessário, e está a trabalhar com a fabricante de drones chinesa DGI para dar inteligência artificial a máquinas voadoras que podem reparar cabos eléctricos de alta tensão.
As novidades foram anunciadas na Build 2018, uma conferência anual da empresa em Seattle, dirigida a programadores, que arrancou nesta segunda-feira. Embora a parceria com a Amazon fosse conhecida desde Agosto, é a primeira vez que as empresas mostraram as assistentes artificiais a interagir uma com a outra.
O foco da sessão de abertura foram as novas parcerias da Microsoft com outras tecnológicas, numa altura em que se investe cada vez mais na inteligência artificial, mas também se fala cada vez mais do perigo que representa. “Não nos podemos apenas questionar sobre o que os computadores podem fazer, mas sobre aquilo que devem fazer”, disse o presidente executivo da Microsoft, Satya Nadella, ao subir em palco. “Ninguém quer ver um futuro como o que Huxley imaginou, ou como o que Orwell imaginou em 1984, mas isso tornou-se num tópico comum de conversa.”
Uma das estratégias, explica, é a colaboração com outras grandes empresas, tanto a nível de projectos tecnológicos, como a nível ético. Para tal, a empresa está a trabalhar com a fabricante de chips Qualcomm para criar um kit de serviços de inteligência artificial que usam informação de câmaras, e vai passar a disponibilizar a plataforma Azure Edge (que permite analisar a informação de dispositivos conectados) em código aberto para dar mais controlo aos programadores.
Já em Abril, a Microsoft, a HP, a Dell e outras três dezenas de tecnológicas comprometeram-se a recusar dar ajuda a governos interessados em espiar e manipular outros países através da Internet. “É a convenção de Genebra digital dos nossos tempos”, disse Nadella, que descreveu a privacidade online como “um direito humano” e explica que os avanços da Microsoft apenas são possíveis porque os utilizadores permitem que a empresa use os seus dados. “Temos de saber sempre de onde vieram os dados e para o que é que os vamos utilizar", acrescentou Nadella, descrevendo as novas regras de privacidade europeias, que entram em vigor no final do mês, como "um passo importante." Com o novo Regulamento Geral para a Protecção de Dados, as empresas são obrigadas a pedir consentimento explícito dos utilizadores para guardar os seus dados.
O director executivo aproveitou ainda para falar do Brainwave, um projecto da equipa de investigação da Microsoft para desenvolver redes neuronais mais eficazes, e apresentar o Your Phone, que é um novo programa para o Windows 10, que permite aceder ao telemóvel (seja iPhone ou Android) a partir do computador, seja para fazer chamadas, enviar SMS, ou usar outras aplicações móveis. Já o Kinect, um sensor lançado em 2010 para jogar na xBox através de movimentos, regressa como um sensor de inteligência artificial para montar robôs e organizar reuniões à distância.