Associação de Cancro Cutâneo pede reforço da fiscalização dos solários
Osvaldo Correia lamentou que ainda continuem "a existir solários sem qualquer tipo de controlo" e apelou às autoridades para cumprirem a legislação, fiscalizarem estes espaços e aplicarem multas.
O presidente da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), Osvaldo Correia, afirmou nesta segunda-feira que os solários são um "cancerígeno completo", apelando para o reforço da sua fiscalização, enquanto não podem ser encerrados definitivamente.
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O presidente da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), Osvaldo Correia, afirmou nesta segunda-feira que os solários são um "cancerígeno completo", apelando para o reforço da sua fiscalização, enquanto não podem ser encerrados definitivamente.
"A Organização Mundial da Saúde (OMS) já o reconheceu há oito anos como um cancerígeno completo", porque "iniciam e promovem todos os cancros de pele", disse Osvaldo Correia no encontro promovido pela APCC para apresentar as iniciativas do Dia do Euromelanoma, celebrado este ano em Portugal a 16 de Maio.
O dermatologista lamentou que ainda continuem "a existir solários sem qualquer tipo de controlo" e apelou às autoridades para cumprirem a legislação, fiscalizarem estes espaços e aplicarem multas, uma vez que não podem ser encerrados, como aconteceu na Austrália.
O aumento do risco dos vários tipos de cancros da pele associados aos solários, atestado por diversos estudos internacionais, que estimam que morram 2000 pessoas por ano na Europa devido a esta situação, "reforçam a ideia das vantagens do seu encerramento definitivo", sustentou
"Se todos nós ficamos em polvorosa quando cai um avião com 200 pessoas, como é que ainda conseguimos aceitar que se continue a colocar, dizendo que acima de 18 anos cada um pode fazer o que quiser, mas tem que assinar consciente", uma pessoa exposta "a um cancerígeno completo", questionou o especialista.
Ressalvando que não quer mudar a legislação, Osvaldo Correia explicou que a associação apenas pretende que, "enquanto é legítimo e é lícito haver solários, que as pessoas estejam devidamente informadas".
"As pessoas precisam saber o que estão a fazer porque a pele memoriza os efeitos negativos", disse, adiantando que "o solário está para a pele como o tabaco está para o pulmão".
"Ninguém diz que todas as pessoas que vão ao solário vão ter cancro, mas têm um risco acrescido como demonstram vários estudos", rematou.
Presente no encontro, o subdirector-geral da Saúde, Diogo Cruz disse que os solários estão regulamentados na legislação portuguesa e europeia, mas disse desconhecer se a fiscalização está a ser feita. "Se há ou não fiscalização não sei dizer, mas acredito que sim", disse Diogo Cruz, explicando que à DGS cabe ajudar na formação das pessoas que trabalham nos solários.