Primeiros resultados apontam para vitória do Hezbollah no Líbano
De acordo com os resultados não oficiais que começam a ser conhecidos, o Hezbollah, apoiado pelo Irão, sairá reforçado das primeiras eleições parlamentares em nove anos no país. Hariri perdeu um terço dos deputados.
O Hezbollah e os seus aliados políticos deverão assegurar pouco mais de metade dos assentos parlamentares no Líbano. Isto é o que mostram os resultados não oficiais que têm sido noticiados pela comunicação social libanesa e citados pelos políticos, enquanto se espera pela divulgação dos números oficiais.
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O Hezbollah e os seus aliados políticos deverão assegurar pouco mais de metade dos assentos parlamentares no Líbano. Isto é o que mostram os resultados não oficiais que têm sido noticiados pela comunicação social libanesa e citados pelos políticos, enquanto se espera pela divulgação dos números oficiais.
O Líbano realizou este domingo as primeiras eleições gerais em nove anos. O reforço do Hezbollah, apoiado pelo Irão e considerado um grupo terrorista por países como os Estados Unidos, era um cenário apontado como provável acontecer pelos analistas antes da votação.
Agora, segundo resultados preliminares, parece vir a confirmar-se, o que contribuirá para o crescimento da influência regional por parte do Irão.
Além disso, a acontecer este cenário, confirma-se também uma derrota para o primeiro-ministro, o sunita Saad al-Hariri que conta com o apoio de países ocidentais. Porém, e tal como era previsto, os resultados preliminares indicam que o sistema de partilha de poder que se foi institucionalizando no Líbano manter-se-á. Desta forma, espera-se que o Governo saia de um acordo de coligação que inclua a maioria dos principais partidos, tal como acontece actualmente.
Harir afirmou já que o seu partido, o Movimento Futuro, garantiu 21 assentos parlamentares, passando dos 33 que conquistou nas eleições de 2009. Apesar da redução, o partido continua a ser maioritário no Parlamento o que permitirá ao actual primeiro-ministro liderar o processo de formação de uma coligação governamental.
O primeiro-ministro assumiu o mau resultado: "Esperávamos alcançar um resultado melhor e um bloco maior mas o Movimento Futuro enfrentou um esquema para o eliminar da vida política".
"Estendo a minha mão a todos os libaneses para que participem no fortalecimento da estabilidade polícia e na melhoria da vida de todos os libaneses", disse Hariri numa declaração televisiva citada pela Reuters, acrescentando que as instituições internacionais devem olhar para as eleições de forma "muito positiva".
O líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, também já reagiu às projecções afirmando que os resultados são uma “vitória política e moral” do movimento e seus aliados.
Nasrallah disse ainda que a “presença parlamentar” vai garantir a protecção da “resistência”, referindo-se ao movimento de resistência a Israel que serviu de base para a fundação do Hezbollah.
Apesar de ser o primeiro acto eleitoral parlamentar em quase uma década, o entusiasmo não se alastrou aos eleitores. Segundo dados divulgados pelo ministro do Interior, citados pela Al-Jazira, a afluência às urnas foi de 49%. Nas últimas eleições, em 2009, foi de 54%.
De acordo com o sistema político libanês, os 128 lugares da Assembleia terão de ser divididos igualmente entre muçulmanos e cristãos.