Haspel quis desistir da chefia da CIA mas tem o apoio incondicional de Trump

Criticada pelo envolvimento na execução de técnicas de interrogatório equiparadas a tortura, a número dois da agência ponderou rejeitar o convite do Presidente. Audição no Senado é na quarta-feira.

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Gina Haspel pode ser a primeira mulher a dirigir a CIA SHAWN THEW / EPA

Depois de dias de indecisão, Gina Haspel vai submeter-se às perguntas e aos votos dos senadores norte-americanos, que lhe poderão valer a nomeação para a liderança da CIA. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu esta segunda-feira ao Twitter para demonstrar todo o seu apoio à “pessoa melhor qualificada” para o cargo.

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Depois de dias de indecisão, Gina Haspel vai submeter-se às perguntas e aos votos dos senadores norte-americanos, que lhe poderão valer a nomeação para a liderança da CIA. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu esta segunda-feira ao Twitter para demonstrar todo o seu apoio à “pessoa melhor qualificada” para o cargo.

A actual número dois da agência de serviços secretos dos Estados Unidos tinha sido apontada pela Administração Trump para substituir Mike Pompeo – escolhido para Secretário de Estado em Março, em substituição de Rex Tillerson – na chefia do organismo, mas nos últimos dias ponderou rejeitar a oferta, por temer que o seu passado pudesse ser um entrave à nomeação.

Haspel passou grande parte da sua carreira na CIA como agente clandestina, tendo supervisionado um programa, a partir de um centro de detenção da agência na Tailândia, que sujeitou dezenas de suspeitos de terrorismo a técnicas de interrogatório que podem ser rotuladas de tortura – como o waterboarding (afogamento simulado).

Segundo o jornal The Washington Post, a agente terá demonstrado a sua intenção em desistir do mais alto cargo da CIA numa reunião na sexta-feira na Casa Branca, com funcionários da Administração. Nesse encontro, Haspel confessou temer as perguntas dos senadores e alertou para a possibilidade de as suas respostas poderem danificar tanto a sua reputação como a da própria agência.

Gina Haspel acabou por ser convencida no sábado e esta segunda-feira recebeu o apoio de Trump, que justifica as críticas que lhe foram feitas pelo facto de ser “demasiado dura para com os terroristas”. Uma atitude que o Presidente diz apoiar a 100%.

“Imaginem só que, neste perigoso período em que vivemos, temos a pessoa mais qualificada, uma mulher, que os democratas querem ver FORA porque é demasiado dura com o terrorismo”, zombou Trump no Twitter, antes de dar o seu aval: “Vence Gina!”

A audição no Senado está agendada para quarta-feira. A actual distribuição dos senadores – 51 republicanos contra 49 democratas – e toda a polémica que envolve o passado de Haspel fazem prever uma sessão tensa e uma votação renhida.