Antes de acreditar num milagre, é preciso jogar para os milhões

Sporting e Benfica defrontam-se neste sábado, em Alvalade, em igualdade pontual. Quem ganhar, garante o segundo lugar e a terceira pré-eliminatória da Champions, e vai estar a torcer pelo Feirense no Dragão.

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William Carvalho e Pizzi, duas certezas para o "derby" deste sábado MIGUEL A. LOPES/LUSA

Rivais da mesma cidade, colados na classificação a duas jornadas do fim, nem Sporting, nem Benfica se poderão esconder atrás de um mau resultado e já não poderão ir buscar os pontos perdidos a lado nenhum. Este é o derby para garantir a medalha de prata e ficar um dia a pensar no ouro. Quem sair vencedor do Sporting-Benfica deste sábado, fica com o segundo lugar na mão e bem encaminhado para os milhões da Liga dos Campeões. Um empate lança a festa do título do FC Porto, mas quem ficar com os três pontos em Alvalade irá ser do Feirense desde pequenino quando chegar a hora do pontapé de saída no Dragão.

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Rivais da mesma cidade, colados na classificação a duas jornadas do fim, nem Sporting, nem Benfica se poderão esconder atrás de um mau resultado e já não poderão ir buscar os pontos perdidos a lado nenhum. Este é o derby para garantir a medalha de prata e ficar um dia a pensar no ouro. Quem sair vencedor do Sporting-Benfica deste sábado, fica com o segundo lugar na mão e bem encaminhado para os milhões da Liga dos Campeões. Um empate lança a festa do título do FC Porto, mas quem ficar com os três pontos em Alvalade irá ser do Feirense desde pequenino quando chegar a hora do pontapé de saída no Dragão.

Com o objectivo principal da época matematicamente possível mas dado como perdido por ambos os lados, “leões” e “águias” jogam por uma consolação que pode valer muita “pasta”, como disse Jorge Jesus no lançamento do jogo – vale, de certeza, um início alucinante de 2018-19. Mas isso será depois do Mundial e depois das férias. Para já, vamos ao derby dos rivais empatados e que poderá, não salvando a época, pelo menos relativizar o anunciado fracasso do ataque ao título.

E isto será especialmente verdade para o Benfica, para quem falhar o segundo lugar será uma ausência total de conquistas. Zero pontos na Liga dos Campeões, mais eliminação nas duas taças nacionais e uma campanha (praticamente) falhada de ataque ao pentacampeonato. Nem tudo ficará em causa, até porque o passado recente dos “encarnados” está recheado de conquistas, mas é indesmentível que aconteceram equívocos na preparação da época, na construção do plantel e até algumas opções questionáveis de Rui Vitória.

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Tudo isto contribuiu para que o Benfica chegasse à fase da decisão a depender da saúde de um jogador. Jonas marcou 33 golos nas primeiras 28 jornadas, os seus golos foram quase sempre decisivos para as vitórias “encarnadas” e, desde que o avançado brasileiro se lesionou durante o aquecimento no Bonfim, o Benfica ganhou dois jogos (em tempo de compensação) e perdeu outros dois. O contributo total dos restantes avançados do plantel não chega a um terço dos números do brasileiro – Jiménez marcou seis golos, Seferovic marcou quatro. Rui Vitória não desfez a dúvida sobre se Jonas está apto, mas convocou-o para Alvalade, talvez mais para condicionar a estratégia inicial de Jesus, do que com intenções de o lançar. Se não jogar Jonas, joga Jiménez.

Para o Sporting, a avaliação da época não se resume a este confronto directo pelo segundo lugar. Já ganhou a Taça da Liga, ainda tem a final da Taça de Portugal e teve uma boa carreira nas provas europeias. Tudo somado irá dar uma época de 60 jogos para os “leões” – o Benfica irá fechar nos 45, o FC Porto vai acabar nos 52 – mas, mesmo em final de época, o Sporting parece estar num dos seus melhores momentos, com seis vitórias consecutivas, coincidência, ou não, desde a explosão do seu presidente Bruno de Carvalho na rede social Facebook.

No caos que se seguiu, a equipa prosperou e, se há alguém que possa ser considerado favorito, será o Sporting, mas esta é uma projecção demasiado difícil de fazer, dada a natureza do jogo, a rivalidade das rivalidades no desporto português, um jogo que seria emocionante e imprevisível mesmo que as duas equipas não estivessem a lutar por nada, mesmo que um estivesse em primeiro e o outro em último. Nem sequer é certo se Bruno de Carvalho irá ver o jogo no banco de suplentes, ou se vai para a bancada, sendo que as últimas informações sugerem que o líder “leonino” vá mesmo ver o jogo junto à relva.

Jesus não irá inventar muito. Já não há muito a esconder nesta fase da época dizia no lançamento do jogo, deixando margem para algum bluff. Terá quase toda a gente disponível e William Carvalho deverá voltar a ocupar o seu lugar no meio-campo, o que empurrará Bryan Ruiz para fora do “onze”. Piccini também volta e Jesus, sempre que o italiano está em condições, tem apostado nele, mas Ristovski tem dado muito boa conta do recado.

Depois de 32 jornadas, as duas equipas chegam à 33.ª empatadas, mas com méritos diferentes. O Benfica tem um dos melhores ataques a jogar fora de casa (33 golos marcados) e um bom registo como visitante (11 vitórias em 16 jogos), o Sporting tem a melhor defesa a jogar em casa, apenas quatro golos sofridos – Rui Patrício já não sofre um golo em Alvalade para o campeonato desde Novembro de 2017 – e cedeu apenas dois empates em 16 jogos (FC Porto e Sp. Braga). E este será o oitavo duelo entre o Sporting de Jesus e o Benfica de Vitória – Jesus ganhou três, Vitória ganhou dois, e houve dois empates nos dois embates mais recentes.

Também há outra questão lateral neste derby para lá dos milhões e da rivalidade. Algum dos treinadores jogará o seu futuro em Alvalade? Rui Vitória tem mais dois anos de contrato com o Benfica, o vínculo de Jesus com o Sporting é válido por mais uma temporada. O técnico benfiquista diz que já está a preparar as próximas épocas, mesmo com as notícias de uma proposta irrecusável vinda da Arábia Saudita. Jesus também quer continuar, mas diz o mesmo de sempre, que uma decisão dessas não depende só dele. Também não será neste sábado que se vai saber.