Abbas pede desculpa por declarações sobre perseguição aos judeus

Na segunda-feira, o presidente palestiniano disse que os judeus não foram perseguidos pela sua religião mas pela “função social ligada à usura e à banca”.

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LUSA/ALAA BADARNEH

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, pediu nesta sexta-feira desculpa pelas declarações proferidas na noite de segunda-feira, quando afirmou que os judeus não foram perseguidos pela sua religião mas pela “função social ligada à usura e à banca”.

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O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, pediu nesta sexta-feira desculpa pelas declarações proferidas na noite de segunda-feira, quando afirmou que os judeus não foram perseguidos pela sua religião mas pela “função social ligada à usura e à banca”.

Depois de as afirmações terem gerado reacções fortes não só de Israel mas de vários responsáveis internacionais, Abbas condenou agora, num comunicado citado pela Reuters, o anti-semitismo e considerou o Holocausto “o crime mais hediondo da História”.

“Se as pessoas ficaram ofendidas pela minha declaração à frente do Conselho Nacional Palestiniano, especialmente sobre a fé judaica, peço-lhes desculpa”, disse Abbas. “Gostaria de assegurar a todos que não era a minha intenção fazê-lo, mas sim reiterar o meu completo respeito pelo destino judaico, bem como de qualquer outra fé monoteísta”.

No centro da polémica está um discurso de Abbas, proferido no encerramento do Conselho Nacional Palestiniano, que se reunia pela primeira vez em mais de 20 anos em Ramallah, na Cisjordânia, na segunda-feira.

“Desde o século XI até ao Holocausto, os judeus europeus foram objecto de matanças a cada dez ou 15 anos”, disse Abbas na altura. “Posso citar três autores que sustentam que a inimizade para com os judeus não foi motivada pela sua identidade religiosa, mas pela sua função social ligada à usura e à banca. Os que viviam em países árabes nunca foram perseguidos”.

As afirmações geraram várias reacções. Entre as quais a do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que considerou Abbas um “ignorante descarado”, exigindo também a demissão do líder palestiniano.