Presidente da República lembra que os trabalhadores da saúde têm direito à greve
Marcelo Rebelo de Sousa espera que venha a existir um debate na base de um relatório que está a ser preparado sobre a lei de bases da saúde. A paralisação dos trabalhadores da saúde começou nesta quarta-feira à meia-noite e prolonga-se até às 24h de quinta-feira.
O Presidente da República disse nesta quarta-feira que os trabalhadores da saúde, que iniciaram uma paralisação nacional à meia-noite, têm direito à greve, sendo "natural" que em vésperas de elaboração do Orçamento do Estado queiram defender os seus interesses.
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O Presidente da República disse nesta quarta-feira que os trabalhadores da saúde, que iniciaram uma paralisação nacional à meia-noite, têm direito à greve, sendo "natural" que em vésperas de elaboração do Orçamento do Estado queiram defender os seus interesses.
"Há que distinguir duas coisas na saúde, uma é que os portugueses têm direito à greve, ponto final parágrafo, outra é que ainda por cima estamos em vésperas de elaboração de um Orçamento do Estado, portanto, como noutros anos é natural que os vários sectores que têm ligação, nomeadamente à actividade pública e ao Orçamento do Estado queiram defender os seus interesses a pensar no Orçamento para o ano que vem", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, durante a inauguração do Mercado Temporário do Bolhão, no Porto.
A paralisação nacional dos trabalhadores da saúde começou nesta quarta-feira à meia-noite e prolonga-se até às 24h de quinta-feira.
No dia 25 deste mês, os trabalhadores do sector da saúde voltam a cumprir um dia de greve, uma paralisação marcada pelos sindicatos afectos à CGTP-IN.
Já na próxima semana, são os sindicatos médicos que têm uma greve de três dias agendada, para dias 8, 9 e 10.
O chefe de Estado disse esperar que venha a existir um debate na base de um relatório que está a ser preparado por uma comissão presidida por Maria de Belém Roseira, antiga ministra da Saúde, sobre o futuro da saúde em Portugal e que deverá ser entregue em Setembro.
"Há uma coisa que é o debate em torno do orçamento do ano que vem, que normalmente ocorre antes e depois do Verão, e, nesse momento, há uma maior intensidade nas reivindicações relativas à situação económico-financeira dos vários sectores, outra coisa é que saúde queremos para Portugal no futuro e, esse, é um debate a fazer", referiu.
Questionado pelos jornalistas sobre se a revisão do défice em baixa não poderá 'minar' o investimento no Sistema Nacional de Saúde, o Presidente da República recordou que vai ser conhecida nesta quarta-feira a primeira proposta da Comissão Europeia sobre os fundos para além de 2020.
"Isso é uma peça fundamental no debate sobre o Orçamento do Estado, o défice é sobre o futuro das finanças portuguesas, os fundos têm muita importância para Portugal, vamos esperar para ver se estamos num ponto de partido bom ou mau", frisou.
E acrescentou: "A diferença e só esta, um ponto de partida bom é um ponto de partida que significa, apesar de outros factores preocupantes na economia europeia e mundial, que as pessoas podem olhar com sensação de maior folga financeira, já um ponto de partida mau ou menos bom significa que tem de olhar para as finanças púbicas e privadas com maior preocupação".