Já foi escolhida a empresa que pode comprar o que resta do estúdio de Harvey Weinstein

O estúdio está há meses a tentar encontrar um comprador. Não se sabe quanto dinheiro receberão as alegadas vítimas do produtor acusado de violação e assédio sexual se o negócio com a Lantern Capital se concretizar.

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Harvey Weinstein Steve Crisp/Reuters

A empresa gestora de capital de risco Lantern Capital venceu a licitação de parte substancial da Weinstein Company, o estúdio de TV e cinema que abriu falência depois de o seu co-fundador, Harvey Weinstein, ter sido acusado de abuso sexual, anunciou a Weinstein Company na terça-feira.

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A empresa gestora de capital de risco Lantern Capital venceu a licitação de parte substancial da Weinstein Company, o estúdio de TV e cinema que abriu falência depois de o seu co-fundador, Harvey Weinstein, ter sido acusado de abuso sexual, anunciou a Weinstein Company na terça-feira.

“A oferta da Lantern consegue claramente o mais elevado valor para o bem e os seus credores”, disse em comunicado Ivona Smith, membro do conselho de representantes da Weinstein Company. A empresa não revelou os detalhes da oferta.

A Lantern é uma empresa com base em Dallas fundada por Andy Mitchell, o antigo responsável do grupo Ally Financial. A venda está ainda sujeita a aprovação de um tribunal de falências norte-americano. A Lantern Entertainment, uma subsidiária da Lantern Capital, diz-se “honrada” pelo facto de o conselho de administração da Weinstein Co. ter aceitado a sua oferta. “A Lantern Entertainment continua apostada em fornecer conteúdos de primeira linha com uma mão-de-obra diversificada num ambiente de trabalho seguro apoiado numa cultura de respeito e criatividade”, avança em comunicado.

A Weinstein Company diz ter recebido ainda uma carta de interesse da Inclusion Media, uma potencial interessada apoiada pelo produtor da Broadway Howard Kagan, mas já fora do prazo.

A empresa está há meses a tentar encontrar um comprador. Quando as alegações contra Harvey Weinstein se tornaram públicas, em Outubro, o conselho de administração da empresa despediu-o e os pesos-pesados de Hollywood distanciaram-se do estúdio. Isso, além dos processos movidos pelas alegadas vítimas de Weinstein, tornou a empresa num alvo pouco apelativo para uma compra.

Harvey Weinstein, outrora um dos homens mais infuentes de Hollywood, é acusado de má conduta sexual, incluindo violação, por mais de 70 mulheres, mas nega ter tido relações sexuais não-consensuais com qualquer uma delas. Não se sabe quanto dinheiro receberão as suas alegadas vítimas se o negócio com a Lantern se concretizar.

Fundada com o irmão Bob Weinstein, a Weinstein Company produziu e distribuiu êxitos de bilheteira e da crítica como O Discurso do Rei, Guia para um Final Feliz ou o concurso Project Runway.

Ao abrir falência, a Weinstein Company anunciou que libertava dos acordos de sigilo (os contratos que impediram as vítimas de falar publicamente dos casos e os denunciar) qualquer pessoa “que sofreu ou testemunhou algum tipo de conduta errada por parte de Harvey Weinstein”.

O bem mais valioso da Weinstein Co. é o seu catálogo de 277 filmes que geraram mais de 1,6 mil milhões de euros de receitas de bilheteira em todo o mundo.