UGT vai propor taxa de IRC de 0% para o interior

Proposta será apresentada em sede de concertação social e preverá um aumento gradual da taxa após os primeiros três anos.

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UGT celebra 1.º de Maio em Figueiró dos Vinhos Nuno Ferreira Santos

Foi Carlos Silva, secretário-geral da UGT, o primeiro a discursar nas festividades do 1.º de Maio, a partir de Figueiró dos Vinhos, de onde é oriundo e onde decorreram as comemorações daquela central sindical. Depois de um longo período de agradecimentos, Carlos Silva anunciou que a UGT apresentará, em sede de concertação social, uma proposta de taxa de IRC a 0% durante três anos para empresas que se fixem no interior.

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Foi Carlos Silva, secretário-geral da UGT, o primeiro a discursar nas festividades do 1.º de Maio, a partir de Figueiró dos Vinhos, de onde é oriundo e onde decorreram as comemorações daquela central sindical. Depois de um longo período de agradecimentos, Carlos Silva anunciou que a UGT apresentará, em sede de concertação social, uma proposta de taxa de IRC a 0% durante três anos para empresas que se fixem no interior.

"Taxa de 0% durante um período inicial de três anos passando gradualmente para uma taxa reduzida, mas tendo como contrapartida a criação de postos de trabalho, sendo que uma parte deles, ou todos, tem de ser uma contratação sem termo", especificou o líder da UGT. 

Carlos Silva agradeceu a "massa humana" presente em Figueiró dos Vinhos e exortou o Governo a "olhar para as pessoas em primeiro lugar", colocando o social à frente dos números. "Ser bom aluno, como os governos portugueses gostam de ser, não pode esquecer que os trabalhadores ao serviço do Estado têm de ser valorizados e acarinhados. Não podemos aceitar que os trabalhadores continuem sem ver os seus salários aumentados desde 2010, não aceitamos", disse ainda Carlos Silva, levando a questão para aquele que deverá ser o centro dos discursos deste 1.º de Maio.

O sindicalista aproveitou para apelar ao Governo que converse com os trabalhadores para evitar as manifestações e greves previstas para os próximos dias e garantiu que não deixará de lutar pelo salário mínimo nacional de 615 euros já em 2019.

"Sabemos que estamos nos territórios do interior. Mas mais do que falar no passado, importa falar no futuro, para que outras populações sejam atraídas para o interior, invertendo o ciclo de despovoamento e de envelhecimento" destas regiões de baixa densidade populacional. "Nós queremos cá continuar a viver. E o Estado tem de nos respeitar."

Estando numa região que foi fustigada pelos incêndios, o líder sindical aproveitou para anunciar que, na sequência do seu almoço, queria oferecer um cheque de 35 mil dólares à região, que lhe havia sido entregue por dois emigrantes portugueses. "Vamos oferecer esses 35 mil dólares aos bombeiros de Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos. Não é uma oferta da UGT, é da emigração portuguesa no Canadá", disse.

Enquanto isso, avançava entre o Martim Moniz e a Alameda, em Lisboa, o desfile da CGTP. Arménio Carlos dizia, em declarações à SIC, que os "trabalhadores não podem continuar a ver os seus salários absorvidos" pela inflação e pela estagnação. Aos governantes, deixou um recado: "Não podem dizer que são de esquerda e manterem as políticas laborais de direita".