Ashley Judd processa Weinstein por assédio sexual e difamação
A actriz afirma que foi prejudicada na sua carreira por resistir a avanços sexuais do produtor de Hollywood e pede uma indemnização que promete doar ao movimento Time's Up, que fundou contra o assédio sexual no trabalho.
A actriz Ashley Judd processou na segunda-feira o produtor de filmes Harvey Weinstein por assédio sexual e difamação, alegando que ele prejudicou a sua carreira no cinema depois de ter recusado os seus avanços sexuais.
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A actriz Ashley Judd processou na segunda-feira o produtor de filmes Harvey Weinstein por assédio sexual e difamação, alegando que ele prejudicou a sua carreira no cinema depois de ter recusado os seus avanços sexuais.
A acção civil deu entrada no Tribunal Superior de Los Angeles, em Santa Mónica, com a actriz a acusar Weinstein de fazer com que Judd perdesse um papel no filme O Senhor dos Anéis, em 1998, por ter feito “calúnias infundadas” contra ela.
No processo, consultado pela Reuters, alega-se que se tratou de uma vingança de Weinstein por Judd “rejeitar os pedidos sexuais ocorridos cerca de um ano antes, quando ele a encurralou num quarto de hotel sob o pretexto de discutir negócios".
"Weinstein usou o seu poder na indústria do entretenimento para prejudicar a reputação de Judd e limitar a sua capacidade de encontrar trabalho", acrescenta-se na queixa.
Um representante de Weinstein divulgou um comunicado horas depois, dizendo que o ex-chefe de estúdio de cinema “não difamara” a actriz nem interferira na sua carreira. Pelo contrário, alega que Weinstein “defendeu” o trabalho de Judd e “repetidamente aprovou a sua participação no elenco para dois de seus filmes”: Frida, em 2002, protagonizado por Salma Hayek, e Crossing Over, com Harrison Ford, em 2009. O cineasta também alegou que tinha “lutado” por Judd como sua primeira escolha para um papel principal em Good Will Hunting.
A declaração não refere as acusações de Judd de que foi sexualmente assediada por Weinstein.
Judd foi uma das primeiras mulheres a fazer uma acusação formal de má conduta sexual contra Weinstein, em Outubro de 2017, que depois evoluiu para o movimento #MeToo nas redes sociais contra assédio e agressão sexual. O produtor vencedor do Óscar foi, desde então, acusado de ataques sexuais por mais de 70 mulheres. Mas sempre negou ter tido sexo não consentido com alguém.
Judd, um dos principais membros do movimento “Time's Up” contra o assédio sexual no local de trabalho, pede uma indemnização não especificada e um julgamento por júri. A actriz disse ao New York Times que qualquer ganho financeiro do processo seria doado ao programa “Time's Up”para que mulheres e homens em todas as profissões possam ter reparação legal por assédio sexual, retaliação económica e danos nas suas carreiras".