Caso Pinho: PSD quer esclarecer “acusações muito graves”

Requerimento para ouvir ex-ministro da Economia já deu entrada no Parlamento.

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daniel rocha

A bancada do PSD "convida" o ex-ministro da Economia Manuel Pinho a esclarecer com a “urgência possível” as decisões tomadas no âmbito da área que tutelava, a energia e na sua ligação ao Grupo Espírito Santo (GES), depois de se terem produzido “algumas acusações muito graves”.

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A bancada do PSD "convida" o ex-ministro da Economia Manuel Pinho a esclarecer com a “urgência possível” as decisões tomadas no âmbito da área que tutelava, a energia e na sua ligação ao Grupo Espírito Santo (GES), depois de se terem produzido “algumas acusações muito graves”.

No requerimento que foi esta tarde apresentado pelo PSD, os deputados começam por recordar a área que Pinho tutelou entre 2005 e 2009 – a energia – e as transformações operadas no sector nesse período. Sem nunca se referir directamente às alegadas transferências financeiras do GES para uma offshore do ex-ministro, o texto lembra que se tem levantado “publicamente algumas interrogações e produzido algumas acusações muito graves – desde logo ao nível ético para qualquer Estado democrático”.

O requerimento refere-se às “suspeitas” que têm vindo a público sobre o alegado relacionamento” do ex-ministro Pinho com o GES, considerando que podem “estar em causa todo o processo de decisão ao nível da governação, a lisura, a independência e a transparência com que os mesmos devem sempre decorrer, deixando perdurar uma dúvida inaceitável sobre todos os que prestam serviço público”.

Tal como o líder do PSD já tinha argumentado este domingo à noite quando anunciou esta iniciativa, os sociais-democratas assinalam que não houve uma “única reacção pública, um comentário, uma explicação ou uma clarificação sobre uma matéria tão grave, por parte do principal visado”. Um silêncio “incompreensível” quando “pode estar em causa um comportamento a todos os títulos inadmissível, anti-ético e prolongado no tempo e por parte de um governante com tantas responsabilidades, e sem que se ouça uma simples palavra sequer de explicação aos portugueses”, lê-se no texto. 

O requerimento deu entrada na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas e deverá ser discutido já na próxima reunião marcada para esta quarta-feira.