Irão avisa que consegue produzir mais urânio enriquecido do que antes do acordo

Aviso foi deixado pelo líder da organização de energia atómica iraniana, que apela a que os Estados Unidos permaneçam no acordo nuclear assinado em 2015.

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Ali Akbar Salehi, líder da organização de energia atómica iraniana Reuters/Leonhard Foeger

O Irão tem a capacidade técnica para enriquecer urânio a níveis superiores do que antes da assinatura do acordo nuclear em 2015, disse o líder da organização de energia atómica iraniana, Ali Akbar Salehi, citado pela televisão estatal iraniana.

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O Irão tem a capacidade técnica para enriquecer urânio a níveis superiores do que antes da assinatura do acordo nuclear em 2015, disse o líder da organização de energia atómica iraniana, Ali Akbar Salehi, citado pela televisão estatal iraniana.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, deu aos signatários europeus do acordo nuclear um prazo até dia 12 de Maio para “corrigir as terríveis falhas” do acordo, ou não vai aprovar a continuação do congelamento das sanções aplicadas ao Irão - o que tem de fazer até essa data.

Salehi avisou agora Trump para as consequências de uma decisão do género: “O Irão não está a fazer bluff. Tecnicamente, estamos completamente preparados para enriquecer urânio mais do que costumávamos produzir antes de o acordo ter sido alcançado. Espero que Trump volte à razão e permaneça no acordo”.

Segundo o que foi estabelecido no acordo de 2015, que levou ao levantamento da maioria das sanções internacionais impostas a Teerão, o nível de enriquecimento de urânio do Irão terá de permanecer em redor dos 3,6%, para ter usos apenas civis.

Há duas semanas, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, tinha já avisado que o Irão não terá incentivos a ficar atado ao acordo se os EUA se retirar, e poderá voltar a produzir urânio enriquecido.

Depois, na semana passada, e na sequência do encontro entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, e Trump, em Washington, onde discutiram, entre outras coisas, o acordo nuclear, o Presidente iraniano, Hassan Rohani, criticou violentamente o homólogo norte-americano e os esforços dos parceiros europeus do acordo para ir de encontro às críticas dos EUA, com novas negociações suplementares com o Irão.