Líderes coreanos deram as mãos, plantaram uma árvore e falaram do “grande presente” — a desnuclearização
Moon Jae-in e Kim Jong-un deram início ao terceiro encontro, desde 1953, entre os líderes das duas Coreias. Um dos temas que será discutido é a melhoria das relações inter-coreanas.
Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, cruzou nesta sexta-feira a fronteira com a Coreia do Sul, onde cumprimentou o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, no início da primeira cimeira entre as duas Coreias em mais de uma década. Kim tornou-se no primeiro líder norte-coreano a pisar a Coreia do Sul desde a guerra coreana (1950-53).
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Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, cruzou nesta sexta-feira a fronteira com a Coreia do Sul, onde cumprimentou o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, no início da primeira cimeira entre as duas Coreias em mais de uma década. Kim tornou-se no primeiro líder norte-coreano a pisar a Coreia do Sul desde a guerra coreana (1950-53).
Os dois líderes tiveram conversações “sérias e sinceras” sobre a paz e a desnuclearização da península. Os representantes de cada um dos lados do paralelo 38 estão ainda a preparar um comunicado conjunto, que deverá ser divulgado em breve — o objectivo é conseguir um acordo (que pressupõe referências à desnuclearização) que seja “um grande presente para toda a nação coreana”. E ainda plantaram um pinheiro, em símbolo de paz, na zona fronteiriça entre as duas Coreias.
O momento histórico do aperto de mão aconteceu às 9h30 locais (1h30, hora de Lisboa). No limiar da fronteira entre as duas Coreias, os líderes sorriram e apertaram as mãos, pisaram território norte-coreano e regressaram ao Sul de mãos dadas.
Após o cumprimento inicial, acompanhado por aplausos pelas comitivas dos dois líderes, Kim Jong-un recebeu um ramo de flores das mãos de duas crianças e seguiu, ao lado de Moon Jae-in, para uma guarda de honra.
Já depois de Kim Jong-un ter saído de Pyongyang em direcção a Panmunjom, onde decorre a cimeira, a agência estatal norte-coreana, a KCNA, adiantou que Kim vai discutir, "de coração aberto", com Moon, "todas as questões relacionadas com a melhoria das relações inter-coreanas e a realização da paz, prosperidade e reunificação da península coreana".
Kim afirmou ter sentido um “turbilhão de emoções” depois da reunião inicial e indagou-se sobre a razão “pela qual demorou tanto” até se encontrarem, tendo ambos prometido que se deveriam encontrar mais vezes. Kim disse ainda que estavam a construir uma “nova História” nas relações da Coreia, com paz e prosperidade.
Há mais de dez anos que não havia um encontro entre os líderes das Coreias. O grande tema desta cimeira é a desnuclearização da Península Coreana, omnipresente em praticamente todas as declarações diplomáticas. Trata-se de um processo que não é novo e que acompanha desde o início o desenvolvimento do programa nuclear norte-coreano. As negociações foram feitas de avanços e recuos, seguidas de trocas de acusações sobre os culpados dos falhanços.
As duas nações que ainda estão tecnicamente em guerra e poderá haver algum progresso no sentido de ser estabelecida a paz.
A cimeira coreana antecede um outro encontro histórico, o encontro entre o líder da Coreia do Norte e o Presidente dos Estados Unidos, que deverá realizar-se em Maio ou Junho, meses depois de Kim Jong-un e Donald Trump terem trocado ameaças, gerando receios de um conflito armado.