Zuckerberg está a discutir condições para ir ao Parlamento Europeu

Audição do presidente do Facebook poderá acontecer em Maio.

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Zuckerberg na Câmara dos Representantes do Congresso americano LUSA/MICHAEL REYNOLDS

Depois de Washington, Bruxelas. O presidente do Facebook deverá ir ao Parlamento Europeu em Maio, mas ainda está a discutir condições para o formato da audição.

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Depois de Washington, Bruxelas. O presidente do Facebook deverá ir ao Parlamento Europeu em Maio, mas ainda está a discutir condições para o formato da audição.

A notícia começou a circular no Twitter, foi avançada com base em fontes anónimas pelo Politico (uma publicação especializada em assuntos europeus) e, finalmente, confirmada, também no Twitter, por um porta-voz do PPE, o grupo do Parlamento Europeu em que estão os eurodeputados portugueses do PSD e do CDS.

“Está confirmado! Mark Zuckerberg, do Facebook, virá ao Parlamento Europeu em Maio. Mas ele tem condições. O Parlamento ainda está à procura do formato certo para a audição”, escreveu o porta-voz para os assuntos de economia e ambiente, Daniel Koster, acrescentando as palavras-chave (ou hashtags) Cambridge Analytica, "Brexit", Rússia e desinformação.

Em resposta a um contacto do PÚBLICO, um porta-voz do Facebook afirmou que a rede social “aprecia todas as oportunidades para responder a questões que o Parlamento Europeu possa ter”, mas não confirmou a ida de Zuckerberg a Bruxelas: “Como o Mark Zuckerberg disse, ele quer garantir que os membros mais séniores da sua equipa respondam às questões do Parlamento e expliquem os passos que demos para proteger mais os dados dos nossos utilizadores.” O mesmo comentário está a ser distribuído pela imprensa.

Zuckerberg já foi dar explicações aos legisladores americanos em Washington, na sequência de um acumular de dúvidas sobre o mau uso da plataforma, incluindo acções russas para influenciar as presidenciais americanas. A série de problemas culminou este mês no caso que envolve a consultora Cambridge Analytica, uma empresa de consultoria política do Reino Unido que teve acesso indevido a dados de 87 milhões de pessoas e que os poderá ter usado para planear propaganda direccionada. Na Europa, cerca de 2,7 milhões de utilizadores foram afectados, dos quais 63 mil em Portugal. Em dois dias de audições – primeiro no Senado e depois na Câmara dos Representantes –, Zuckerberg pediu repetidamente desculpa, fugiu a muitas questões e mostrou alguma abertura para regulação no que diz respeito aos dados dos utilizadores.

Na União Europeia, a empresa tem estado a tomar medidas para cumprir um novo regulamento de protecção de dados, que pretende garantir que os utilizadores e clientes de empresas têm mais esclarecimentos e controlo sobre a informação que estas guardam. Zuckerberg chegou a afirmar que poderia aplicar algumas das regras europeias noutras geografias. Uma das decisões recentes da rede social foi fazer com que os utilizadores de fora do espaço europeu passem a estar legalmente vinculados às regras da sede da empresa nos EUA, e não às da sede europeia na Irlanda, que até aqui regia boa parte dos utilizadores fora dos EUA.