A alternativa de Adrião e a conquista do poder de Elza
Uma visão alternativa a Costa e uma nova noção de paridade interna são o temas de outras duas moções de estratégia global.
Há mais duas moções de estratégia global ao 32º Congresso do PS, além da do secretário-geral, António Costa. O dirigente socialista Daniel Adrião volta a apresentar uma documento de estratégia para o partido que é alternativa à de Costa para ser discutida no 22º Congresso do PS, que se realiza na Batalha entre 25 e 27 de Maio. Para a poder apresentar, Adrião entregou na terça-feira a sua candidatura a secretário-geral, subscrita por 300 militantes socialistas.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Há mais duas moções de estratégia global ao 32º Congresso do PS, além da do secretário-geral, António Costa. O dirigente socialista Daniel Adrião volta a apresentar uma documento de estratégia para o partido que é alternativa à de Costa para ser discutida no 22º Congresso do PS, que se realiza na Batalha entre 25 e 27 de Maio. Para a poder apresentar, Adrião entregou na terça-feira a sua candidatura a secretário-geral, subscrita por 300 militantes socialistas.
Também a presidente do Departamento Nacional das Mulheres, Elza Pais, se recandidata ao cargo e apresenta uma moção de estratégia global que hoje entrega na sede do PS.
Na moção de estratégia intitulada “Reinventar Portugal” e já divulgada pelo PÚBLICO, Adrião defende a separação entre partido e Governo, propondo que não haja acumulação de cargos entre quem integra órgãos de direcção nacional e cargos governamentais. Esta proposta inclui o princípio de que quem é secretário-geral não pode desempenhar o mandato de primeiro-ministro.
Sobre a relação do PS com a sociedade e com o Governo, Adrião quer ver criado um gabinete de estudos descentralizado. A este órgão caberá preparar a estratégia do partido a médio e a longo prazo, que prepare o país para uma próxima geração. O dirigente socialista defende a realização de pactos de regime em áreas estratégicas como o delinear das políticas para o próximo quadro financeiro plurianual de fundos estruturais para a próxima década, que dê continuidade aos acordos assinados entre o primeiro-ministro, António Costa, e o líder da oposição e presidente do PSD, Rui Rio. E aponta para que o salário mínimo nacional atinja, até 2023, os 700 euros por mês.
Ao nível político, Adrião defende que a idade mínima para adquirir o direito ao voto baixe dos 18 para os 16 anos. E avança com a criação de um “Ministério da Diáspora, da Língua Portuguesa e da Globalização”, que tutele a diplomacia económica e a internacionalização da economia.
Paridade absoluta
Já Elza Pais defende na sua moção de estratégia global, intitulada “Igual Poder - Novas Lideranças” também já divulgada pelo PÚBLICO, uma revolução de género dentro do PS que garanta a conquista de poder interno de decisão às mulheres. Tendo como meta a paridade absoluta entre mulheres e homens, ou seja uma partilha de 50% do poder, Elza Pais propõe que neste congresso, o PS assuma o limite mínimo de 40% para a representação de cada géneros em todos os órgãos de direcção, à semelhança do que o Governo tem estado a adoptar para os órgãos político-institucionais e para a administração do Estado.
Mais que isso, Elza Pais propõe uma alteração estrutural na ocupação dos órgãos de direcção do partido, em todos os níveis do nacional ao concelhio. A saber: que o DNMS passe a ter representatividade própria por inerência em todos os órgãos do partido. Corolário desta mudança, Elza Pais defende a mudança do nome do órgão a que preside para Departamento da Igualdade e Defesa da Promoção dos Direitos das Mulheres e que ele passe a englobar também homens.
A presidente do DNMS apresenta também várias linhas de acção governativa para combater as desigualdades de género salariais, para conciliar a vida privada e profissional, diminuir a violência doméstica, a homofobia e a transfobia. E também de defesa dos direitos das mulheres nas políticas e imigração, face ao impacto da era digital, nas consequências das alterações climatéricas e no desenvolvimento sustentável.