Roubo de creme levou à demissão da presidente da Comunidade de Madrid
Cristina Cifuentes estava envolta em polémica desde que surgiram notícias sobre um mestrado fraudulento. Mas foi um vídeo de um roubo que a levou a demitir-se.
A presidente do governo da Comunidade de Madrid, Cristina Cifuentes, não resistiu aos sucessivos escândalos e anunciou na manhã desta quarta-feira a sua demissão do cargo. A gota de água surgiu depois de ter sido colocado a circular um vídeo onde se vê Cifuentes a ser detida por um segurança por ter, aparentemente, roubado um creme de um supermercado em 2011, quando era a número dois da assembleia municipal da capital espanhola.
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A presidente do governo da Comunidade de Madrid, Cristina Cifuentes, não resistiu aos sucessivos escândalos e anunciou na manhã desta quarta-feira a sua demissão do cargo. A gota de água surgiu depois de ter sido colocado a circular um vídeo onde se vê Cifuentes a ser detida por um segurança por ter, aparentemente, roubado um creme de um supermercado em 2011, quando era a número dois da assembleia municipal da capital espanhola.
Mas a polémica em redor de Cifuentes iniciou-se antes. No final de Março, o Eldiario.es noticiou que o mestrado da militante do PP em Direito Público do Estado Autonómico, tirado na Universidade Rei Juan Carlos, era fraudulento pois tinha-se matriculado três meses depois das aulas terem tido início. Além disso, foi noticiado que duas das três assinaturas presentes na tese final do mestrado eram falsas.
O caso levou à abertura de uma investigação interna na universidade e passou depois para a própria justiça. No meio de tudo isto, surgiram exigências por parte de praticamente todos os partidos para que o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, demitisse a presidente da comunidade de Madrid. Algo que o primeiro-ministro se recusou a fazer.
Na declaração em que anunciou a demissão, Cifuentes não se referiu ao caso do mestrado, afirmando que sofreu de ataques “de manhã, tarde e noite, por terra, mar e ar”. “Aguentei mais de 34/35 dias de exposição permanente. O que aconteceu ultrapassou hoje uma linha”, disse. Sobre o alegado roubo, descreve-o como um “erro” e um “acto involuntário", antes de revelar que foi alvo de tentativas de chantagem devido ao vídeo, algo que denunciou às autoridades.
O El País avança que numa nota enviada aos deputados regionais do PP, Cifuentes garantiu que permanecerá no cargo de presidente do partido em Madrid e que não abdicará do seu mandato como deputada regional.