O bairro nómada de Santos vai ser um parque de estacionamento da EMEL
Porto de Lisboa diz que acesso a terreno junto ao rio, que está a ser ocupado por carrinhas e auto-caravanas, vai ser tarifado.
O espaço alcatroado junto ao rio, em Santos, onde nos últimos meses têm acampado carrinhas e auto-caravanas, vai ser um parque da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL). A informação foi adiantada ao PÚBLICO por Ricardo Roque, vogal da Administração do Porto de Lisboa (APL).
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O espaço alcatroado junto ao rio, em Santos, onde nos últimos meses têm acampado carrinhas e auto-caravanas, vai ser um parque da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL). A informação foi adiantada ao PÚBLICO por Ricardo Roque, vogal da Administração do Porto de Lisboa (APL).
Na semana passada, o PÚBLICO questionou a APL sobre o aumento de veículos que se têm amontoado naquele espaço - e suscitado as críticas dos que por ali passam que alertam para a falta de segurança, o lixo e os dejectos que se vão acumulando -, para perceber se havia algum projecto previsto para aquele local.
A resposta chegou esta segunda-feira, com Ricardo Roque a esclarecer que a área em questão, embora esteja sob jurisdição do Porto de Lisboa, passou, em 1 de Fevereiro, a integrar o contrato interadministrativo celebrado entre a APL e a EMEL, datado de 15 de Junho de 2011. Nesse sentido, "a área será explorada com a actividade de estacionamento tarifado", explica a APL, sendo que caberá à EMEL "proceder a todas as intervenções e à instalação de toda a sinalética e equipamento para esse efeito necessários".
Nos últimos meses, o número de viaturas e de "barracas" que se juntam naquele espaço, que é recorrentemente utilizado como parque de estacionamento, "tem crescido exponencialmente", notaram alguns munícipes e trabalhadores da zona.
"As coisas explodiram nos últimos dois meses. Nós nem percebemos bem o que aconteceu”, conta ao PÚBLICO Perpétua Coelho, coordenadora administrativa do ginásio Academia Life Club, alertando ainda para o lixo e dejectos que se vão sendo acumulados por quem percorre quilómetros numa casa ambulante, e que vão permancendo por ali, sem que haja a rotatividade que é habitual no turismo de auto-caravanas.
Como algumas salas de exercício do ginásio estão voltadas para aquele local, alguns responsáveis pelo espaço já encontraram algumas das pessoas que costumam ali pernoitar a utilizar os balneários do ginásio para tomar banho e as torneiras para encher garrafões de água.
Na semana passada, o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, admitia que têm chegado à junta “muitas reclamações” de munícipes que se sentem incomodados com a situação, embora ressalvando que este tipo de ocupação "nada tem a ver com o turismo de auto-caravanas".
Na mesma resposta, a APL reforça ainda que, durante a elaboração do aditamento daquele espaço ao contrato já realizado com a EMEL, “foi expressamente solicitado” àquela empresa municipal, assim como à Polícia Municipal, “a adequada e eficaz fiscalização da área, bem como a proibição do estacionamento de autocaravanas e do exercício de actividades ambulantes”.