Portugueses são os europeus que mais se queixam da desigualdade de rendimentos
Quando se pergunta se acham que têm as mesmas hipóteses de singrar na vida do que o resto das pessoas, 42% dos portugueses afirmam que sim, que têm. Na Dinamarca são 81 % dos inquiridos e na Grécia 18%.
Os portugueses são os europeus que mais se queixam da desigualdade de rendimentos no país e os que mais reclamam medidas ao Governo para reduzir o fosso que existe, de acordo com um inquérito divulgado em Bruxelas. Sentem também, mais do que a média dos restantes europeus, que nem sempre a todos são dadas as mesmas oportunidades na vida e só 35% acreditam que em Portugal as pessoas conseguem, em geral, o que merecem.
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Os portugueses são os europeus que mais se queixam da desigualdade de rendimentos no país e os que mais reclamam medidas ao Governo para reduzir o fosso que existe, de acordo com um inquérito divulgado em Bruxelas. Sentem também, mais do que a média dos restantes europeus, que nem sempre a todos são dadas as mesmas oportunidades na vida e só 35% acreditam que em Portugal as pessoas conseguem, em geral, o que merecem.
O “Eurobarómetro” sobre “justiça, desigualdades e mobilidade intergeracional” foi divulgado nesta segunda-feira pela Comissão Europeia. E um aspecto que atravessa os diferentes países é este: as pessoas acham que as diferenças entre rendimentos são excessivas. Portugal destaca-se: 96% dos portugueses inquiridos consideram que “há diferenças demasiado grandes nos rendimentos auferidos” (no país) e 94% concordam que o Governo “deve tomar medidas para reduzir as diferenças nos níveis de rendimento”. Em ambos os casos, estes são os valores mais elevados entre os 28 Estados-membros.
Depois dos portugueses, quem mais se queixa da desigualdade de rendimentos são os alemães e os lituanos (92%), enquanto no extremo oposto da lista estão os holandeses (59%), dinamarqueses (63%) e suecos (69%).
Quanto à necessidade de as autoridades nacionais tomarem medidas para reduzir as desigualdades, Portugal também encabeça, como se disse, a lista seguido de Lituânia e Espanha (em ambos os casos com 93% de respostas afirmativas), Chipre e Letónia (ambos com 91%), enquanto os países onde menos se pede intervenção governamental são, uma vez mais, Dinamarca (51%), Holanda (65%) e Suécia (68%).
Em média, na União Europeia, 84% dos cidadãos entendem que nos seus países há diferenças excessivas entre rendimentos e 81% acham que os governos devem tomar medidas.
O inquérito mostra ainda que no entender de mais de metade dos inquiridos, os cidadãos têm oportunidades iguais para progredir (58%). Mas há grandes diferenças entre países. Em Portugal, só 42% dos inquiridos afirmam ter as mesmas hipótese de singrar na vida que toda a gente a tem. Na Dinamarca são 81%, na Grécia 18%.
Os inquiridos europeus mostram-se menos optimistas no que diz respeito à equidade em domínios específicos. Por exemplo, apenas 39% acreditam que a justiça prevalece sempre sobre as injustiças. Em Portugal são 29%. E apenas 32% concordam que as decisões políticas são aplicadas de forma coerente a todos os cidadãos. Em Portugal são 22%.
Por fim, 35% dos portugueses (contra uma média europeia de 38%) entendem que, “de modo geral, as pessoas têm o que merecem”; 42% (53% dos europeu) acham que a maioria das coisas que lhes acontecem na vida são justas.
O inquérito foi efectuado em Dezembro de 2017, junto de mais de 28 mil cidadãos europeus, tendo em Portugal sido inquiridas 1089 pessoas.