É o algoritmo, senhores

O modo como a base de dados está em permanente funcionamento para recomendar conteúdos revela também resultados curiosos sobre as preferências dos assinantes.

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O algoritmo é o segredo do Netflix, como disse Todd Yellin, o responsável de produto do serviço, naquela que foi uma das mais interessantes apresentações do dia de imprensa See What’s Next.

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O algoritmo é o segredo do Netflix, como disse Todd Yellin, o responsável de produto do serviço, naquela que foi uma das mais interessantes apresentações do dia de imprensa See What’s Next.

O modo como a base de dados está em permanente funcionamento para recomendar conteúdos revela também resultados curiosos sobre as preferências dos assinantes: por exemplo, os espectadores que acompanham Black Mirror (e que, nas palavras de Charlie Brooker, devem ser bastante esquisitos para gostarem tanto da série) têm também propensão para… documentários.

Outro exemplo: por cada espectador alemão de Dark havia nove espectadores internacionais, e 81% dos espectadores ingleses preferiram ver a série dobrada em inglês (um número que desce para 52% no cômputo geral dos assinantes). Em Itália, 75% dos espectadores de 13 Reasons Why optaram pela dobragem em italiano; em França, foram 68%.

E pormenor curioso: nas séries europeias, o que fazer? Traduzir o título ou deixá-lo no original? Yellin deu o exemplo de Las Chicas del Cable: traduzir o título para inglês aumentou o interesse dos ingleses, mas em França teve o efeito inverso de afastar os espectadores. Números reais? Isso é que não se disse, nunca – tal como a Amazon, o Netflix não os revela. Mas o algoritmo sabe-o.