Edgar Martins: a fotografia entre a vida e a morte
Edgar Martins é o primeiro português a vencer numa das categorias dos Sony World Photography Awards. O reconhecimento internacional chegou através de uma série de imagens sobre a morte. Para além deste prémio máximo, o artista ficou em segundo lugar no concurso de Arquitectura, com um conjunto de fotografias onde reina a tecnologia.
Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e outros Interlúdios foi o projecto com que o artista plástico português Edgar Martins ganhou um dos Sony World Photography Awards, na categoria de Natureza Morta. Edgar Martins, nascido em Évora e residente em Bedford, Inglaterra, produziu esta série de imagens, cujo tema é a morte, nos arquivos do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, a partir de materiais relacionados com homicídios e suicídios, quer fossem notícias de jornais, relatórios de autópsias ou cartas de despedida, que explora num misto de revelação e ocultação.
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Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e outros Interlúdios foi o projecto com que o artista plástico português Edgar Martins ganhou um dos Sony World Photography Awards, na categoria de Natureza Morta. Edgar Martins, nascido em Évora e residente em Bedford, Inglaterra, produziu esta série de imagens, cujo tema é a morte, nos arquivos do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, a partir de materiais relacionados com homicídios e suicídios, quer fossem notícias de jornais, relatórios de autópsias ou cartas de despedida, que explora num misto de revelação e ocultação.
Para Edgar Martins, o primeiro português a vencer um destes prémios, a série procura reflectir sobre “as tensões e as contradições inerentes à representação da morte violenta” e o papel da fotografia na sua “percepção e inteligibilidade”. Depois de vários anos dedicado ao tema da tecnologia, o artista encontrou na morte e na sua representação aquilo que designa como “um interlúdio entre a arte e a não-arte, entre a realidade e a ficção”, como explicou ao P2.
Além deste prémio, o português ficou em segundo lugar na categoria de Arquitectura, com a série A Impossibilidade Poética de Conter o Infinito, onde aborda as relações entre os humanos e a tecnologia, com imagens produzidas em locais tão distintos como centrais hidroelétricas da EDP, instalações da Agência Espacial Europeia e nas fábricas de automóveis da BMW, em Munique.
Aos 41 anos, Edgar Martins é um artista plástico que encontrou na fotografia o seu modo privilegiado de expressão. O percurso deste “exilado voluntário”, como se define, decompõe-se numa trajectória iniciada em Portugal, prolongada em Macau, onde viveu dos 3 aos 18 anos, e agora em Inglaterra, onde irá inaugurar uma nova exposição, no próximo mês, no New Walk Museum & Art Gallery de Leicester. Esta trajectória acaba por explicar a abordagem multifacetada do seu trabalho e o facto de ter sido finalista em três diferentes categorias do concurso.
Edgar Martins foi, até à data, o único concorrente dos Sony Awards finalista em três diferentes categorias: Natureza Morta, Arquitectura e Descoberta. O artista já tinha obtido um segundo lugar, na categoria de Paisagem, com a série The Accidental Theorist (sobre a costa de Lisboa), numa das anteriores edições. A exposição com as fotografias dos finalistas do concurso, cujos premiados foram conhecidos esta quinta-feira, estão expostas na Somerset House, em Londres, até 6 de Maio. O prémio de Fotógrafo do Ano foi atribuído à britânica Alys Tomlinson.
Segundo a organização, na edição de 2018, a 11.ª, foram submetidas cerca de 320 mil imagens, oriundas de mais de 200 países, mais 40% face ao ano anterior, transmitindo “uma visão das principais tendências e preocupações contemporâneas”.
O P2 viajou a convite da Sony.