CDS considera imoral fim dos cortes salariais nos gabinetes

Líder parlamentar do partido também usou os adjectivos "contraditório e irresponsável" o para classificar a intenção do Governo.

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Nuno Magalhães critica reposição Nuno Ferreira Santos

O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, considerou esta quinta-feira contraditório, imoral e irresponsável que o Governo ponha fim aos cortes salariais de 5% nos gabinetes dos políticos.

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O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, considerou esta quinta-feira contraditório, imoral e irresponsável que o Governo ponha fim aos cortes salariais de 5% nos gabinetes dos políticos.

"Penso que é contraditório, é imoral, é irresponsável e creio que os portugueses não conseguem compreender que, de um lado o Governo corte com as cativações que faz, corte no serviço público que presta aos portugueses e, ao mesmo tempo, o que se lembra de fazer é repor os cortes do 'staff' político", defendeu Nuno Magalhães.

No final de uma conferência de imprensa no Parlamento, de apresentação do projecto alternativo do CDS ao Programa Nacional de Reformas, o líder parlamentar centrista argumentou: "Não é uma questão populista nem demagógica, é, do ponto de vista, democrático, de higiene política".

Magalhães contestou essa reposição "num momento em que os portugueses pagam o maior peso de impostos na gasolina da Europa, no momento em que se assiste a cortes profundíssimos na saúde, com casos como o do hospital de São João, em que os transportes estão como estão, em que os policias desesperam e se juntam a militares em ameaças de vigílias, no momento em que a educação está como está, em que escolas fecham por falta de pessoal auxiliar".

O PÚBLICO noticiou hoje que o Governo fez um decreto preliminar que estabelece que "a redução de vencimento prevista na Lei 47/2010, de 7 de Setembro, na sua redacção actual, é progressivamente eliminada", até 2019.

Segundo o jornal, a partir de Janeiro, os funcionários dos gabinetes dos membros do Governo (incluindo os governos regionais), de apoio pessoal dos presidentes e dos vereadores das câmaras municipais, presidente da Assembleia da República, do primeiro-ministro e do secretário-geral do Parlamento vão reaver 5% do seu salário que tinha sido cortado em 2010.