União Europeia ameaça impor novas sanções à Venezuela
Bruxelas pode voltar a punir o regime de Maduro se este continuar a tomar decisões que “enfraquecem a democracia”, garante Mogherini.
Federica Mogherini, responsável pela diplomacia europeia e vice-presidente da Comissão Europeia, criticou as autoridades venezuelanas pela sua actuação nas preparações para as próximas eleições presidenciais, agendadas para o dia 20 de Maio, e deixou em aberto a possibilidade de Bruxelas poder vir a impor um novo pacote de sanções ao regime de Nicolás Maduro.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Federica Mogherini, responsável pela diplomacia europeia e vice-presidente da Comissão Europeia, criticou as autoridades venezuelanas pela sua actuação nas preparações para as próximas eleições presidenciais, agendadas para o dia 20 de Maio, e deixou em aberto a possibilidade de Bruxelas poder vir a impor um novo pacote de sanções ao regime de Nicolás Maduro.
Num comunicado divulgado esta quinta-feira, a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança pediu ao Presidente da Venezuela que crie “condições para um processo eleitoral credível e inclusivo” e prometeu uma reacção europeia em caso de rejeição desta premissa.
“A União Europeia irá monitorizar o processo eleitoral e os seus desenvolvimentos no terreno e está preparada para reagir, através das medidas apropriadas, a qualquer decisão ou acção que possa continuar a enfraquecer a democracia, o Estado de Direito e a situação de direitos humanos no país”, garantiu Federica Mogherini, citada pela Reuters.
A proibição imposta pelo Conselho Nacional Eleitoral às candidaturas de Leopoldo López e de Henrique Capriles – os dois principais rostos da oposição ao regime de Maduro – e os obstáculos levantados pelo Supremo Tribunal com vista à apresentação de um candidato da coligação partidária da Mesa da Unidade Democrática levaram a oposição a anunciar a sua intenção de não participar nas presidenciais.
Mogherini defende que os candidatos de todos os partidos devem poder concorrer à eleição, inicialmente agendada para o dia 22 de Abril, e pede a Maduro que crie condições para tal possibilidade, sob pena de voltar a castigar um país assolado por um gravíssima crise económica e social, que já levou à fuga de mais de três milhões de venezuelanos.
Recorde-se que a União Europeia já impôs uma série de sanções a Caracas, entre as quais a proibição de entrada de diversos oficiais do regime em território europeu, um embargo sobre a comercialização de armas e um congelamento de bens financeiros.
As eleições de 20 de Maio serão disputadas por Nicolás Maduro e Henri Falcon, que se candidatou à revelia do resto da oposição. Foi a sua candidatura que motivou o adiamento das eleições, após um acordo com o Governo.