“Seremos fiéis a Fidel e a Raúl”, diz o novo Presidente de Cuba
Díaz-Canel tomou posse como Presidente, depois de quase seis décadas de liderança castrista, e assumiu orgulho por poder “abraçar a História viva”.
Proposto na quarta-feira pela Comissão Nacional de Candidaturas (CNE) para assumir a presidência do Conselho de Estado da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel foi esta quinta-feira confirmado no mais alto cargo político daquela ilha comunista.
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Proposto na quarta-feira pela Comissão Nacional de Candidaturas (CNE) para assumir a presidência do Conselho de Estado da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel foi esta quinta-feira confirmado no mais alto cargo político daquela ilha comunista.
O antigo vice-presidente, de 57 anos, foi aprovado com 603 votos dos 605 deputados da nova Assembleia Nacional do Poder Popular e inicia assim um mandato de cinco anos à frente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros.
Será a primeira vez desde 1959 que Cuba será comandada por alguém que não faz parte da família Castro. O sucessor de Raúl Castro é também o primeiro chefe de Estado nascido depois da Revolução Cubana.
No seu primeiro discurso como Presidente, no Palácio de Convenções de Havana, Díaz-Canel destacou a importância da “geração histórica” e dos “fundadores da Revolução cubana” e agradeceu a oportunidade que aqueles lhe deram para “abraçar a História viva”.
Ainda assim, fez questão de reforçar que a sua chegada ao poder não constitui uma mudança de rumo em Cuba, nem uma alternativa à liderança de Raúl Castro – que rotulou como “o melhor discípulo de Fidel” e a quem dedicou grande parte da sua intervenção – mas uma “continuidade” no “caminho revolucionário” seguido nas últimas décadas.
“O mandato dado pelo povo a esta legislatura foi no sentido de dar continuidade à Revolução Cubana num momento histórico crucial”, declarou o novo líder, lembrando que a Revolução “não termina com os seus guerrilheiros”. “Assumo a responsabilidade com a convicção de que, enquanto revolucionários, seremos sempre fiéis a Fidel e a Raúl, a partir de qualquer trincheira”, afiançou.
Para além de Díaz-Canel, foram ainda confirmados os restantes 30 membros do Conselho de Estado – que incluem um primeiro vice-presidente (Salvador Valdés Mesa), cinco vice-presidentes (Ramiro Valdés, Inés María Chapman, Gladys Bejerano, Roberto Morales e Beatriz Johnson) e um secretário (Homero Acosta).
Todos estes nomes foram propostos pela CNE, para serem aprovados ou rejeitados pelos representantes do parlamento. Aos cidadãos cubanos coube apenas a escolha dos 605 deputados, ainda que também essa tarefa seja desempenhada numa lógica semelhante à da eleição dos elementos do Conselho de Estado: um só candidato por lugar – igualmente definido pela CNE – e a mera possibilidade de o aprovar ou rejeitar.
O irmão de Fidel e Presidente desde 2008 não sairá já de cena, uma vez que ocupará até 2021 o cargo de primeiro secretário do Comité Central do Partido Comunista de Cuba. Embora a manutenção do posto seja simbólica, Díaz-Canel garantiu que Raúl continuará envolvido nas grandes tomadas de decisão da nova presidência.
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Depois de passar a presidência a Díaz-Canel, Raúl Castro fez uma intervenção em que criticou o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusou de ter uma política “neocolonial” e de castigar injustamente parceiros de comércio como a China e a Europa, ao mesmo tempo que tenta isolar Cuba e os seus aliados.