O Mar Film Festival quer-nos pôr a falar do património marítimo
Até Domingo, o Museu Marítimo de Ílhavo escurece a sala para nos pôr a pensar no património marítimo.
Falar do Mar Film Festival é falar de três grandes rodas que o sustêm e movem. É falar de memória, identidade e de diálogo inter-geracional, é falar dos problemas que ameaçam esta massa azul que compõe 71% da superfície da Terra, e é falar do regresso ao prólogo do cinema. É falar disto e muito mais. Falar do Mar Film Festival não é apenas fazer menção aos filmes, concursos e competições – é falar de uma entidade que quer colocar a região de Aveiro a pensar no património marítimo que tem. A decorrer entre esta quinta-feira e sábado, este festival vai acontecer pela segunda vez no Museu Marítimo de Ílhavo, no distrito de Aveiro. A entrada é gratuita, mas apela-se que os bilhetes para as várias sessões sejam reservados o quanto antes.
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Falar do Mar Film Festival é falar de três grandes rodas que o sustêm e movem. É falar de memória, identidade e de diálogo inter-geracional, é falar dos problemas que ameaçam esta massa azul que compõe 71% da superfície da Terra, e é falar do regresso ao prólogo do cinema. É falar disto e muito mais. Falar do Mar Film Festival não é apenas fazer menção aos filmes, concursos e competições – é falar de uma entidade que quer colocar a região de Aveiro a pensar no património marítimo que tem. A decorrer entre esta quinta-feira e sábado, este festival vai acontecer pela segunda vez no Museu Marítimo de Ílhavo, no distrito de Aveiro. A entrada é gratuita, mas apela-se que os bilhetes para as várias sessões sejam reservados o quanto antes.
“O que pretendemos em primeiro lugar, com a secção que se chama ‘O Cais do Nosso Olhar’, é mostrar obras de autores, locais ou não, que tenham eleito a ria e a via marítima de Aveiro como objecto cinematográfico”, refere o curador do festival, Jorge Seabra, ao PÚBLICO. E este ano o escolhido foi Manuel Matos Barbosa, um português que esta quinta-feira vai acompanhar a exibição de três dos seus filmes, pelas 18 horas: dois que remontam aos anos 1960 e outro mais actual, de 2010. O objectivo? Lançar a discussão e diálogo numa dicotomia entre o presente e o passado; a memória e a realidade. “Trabalhar no diálogo inter-geracional ao nível local e regional, que é uma coisa muito importante para nós”, refere Jorge Seabra.
E mesmo por isso incentivam as escolas e os seus alunos a contribuir para o festival, alimentando o contacto com personagens de um passado não tão longínquo. Este ano com o tema “Um Mar de Mulheres”, os alunos do 3.º ciclo e ensino secundário do distrito foram convidados a (re)descobrir a memória marítima da região. Como? Através de entrevistas em formato de vídeo, que depois competirão no concurso chamado “Memórias de RiaMar”, cuja sessão decorreu neste primeiro dia do festival. “O propósito é que os estudantes percebam como era a retaguarda de uma família sem o marido ou companheiro: como se gere uma família, como se vivem as situações de luto e de dor ou como se vive uma gravidez com o marido no mar”, explica o curador do festival.
E depois existe o mar no cinema, com uma atenção especial para dois grandes problemas: a poluição dos oceanos pelo plástico e a erosão marinha. “Quando falamos de mar estamos a colocar no mesmo saco n oceanos, n formas de com ele conviver, culturas diferentes, economias diferentes, ambientes, identidades, histórias, etc”, sublinha Jorge Seabra. E mesmo por isso é urgente falar dos “problemas com os quais os oceanos se debatem”. Por essa mesma razão, vai ser projectado o filme A Plastic Ocean, de Graig Lesson, (às 10h de sexta-feira). Com o propósito de ser posteriormente comentado, por Teresa Rocha Santos, da Universidade de Aveiro, este é um dos filmes que coloca em cima da mesa um dos assunto mais em voga nos dias que correm. E depois surge a erosão. Discutida por António Pedro Pita, da Universidade de Coimbra, e ilustrada pelo filme de Joaquim Sapinho Deste lado da Ressurreição.
No último dia, sábado, 21 de Abril, serão apresentados os vencedores das “Novas Vistas Lumière” que foram convidados a regressar ao prólogo do cinema e realizar um pequeno vídeo, de um plano apenas, com o mar, a luz e a sombra – não fosse este o tema do concurso deste ano. “A ideia é fazer filmes semelhantes aos dos irmãos Lumière, sem som, que podem ser a preto e branco ou a cores, ficcionais ou documentais ou os dois elementos combinados”, explica o curador do Mar Film Festival ao PÚBLICO. A serem projectados pelas 14h30, os vídeos pretendem recuperar aquilo que Jorge Seabra poderia chamar de “essência do cinema, que é a imagem em movimento”.
A decorrer entre os dias 19 e 21 de Abril, o festival tem entrada gratuita, sendo que para entrar nas várias sessões é necessário adquirir bilhete antecipadamente. A reserva pode ser feita através da página de Facebook e do site do festival ou através do endereço electrónico marfilmfestival@cm-ilhavo.pt.